Vozes engraçadas
Jonas tinha um tipo peculiar de gagueira, diferente daquele gago que “fa-fa-fa-la” assim, ele ficava “prolongaaaaaaaando” as vogais com intuito de não repetir as sílabas! Era entediante ouvi-lo, porém...
Era início de ano letivo, Jonas, ainda desconhecido da maioria, levantou a mão na aula de História Geral – queria tirar uma dúvida sobre o desenho no quadro que explicava como funcionava o mercantilismo:
— Professoooor, este esqueeeeema aí era adotaaaaaaado em todos os países mercantiliiiiiiiistas ?
O espanto e as risadas foram gerais. No entanto, como não levava desaforo, cortou logo a turma:
— Olha aqui! Sou gaaaaago mesmo, valeu! Estou tirando uma dúvida, poooooosso?
O silêncio foi geral, nenhum burburinho, nenhuma risada.
— Obrigaaaado. Estou pagando o meeeeesmo que vocês!
O cara ficou cheio de moral!
Outra figura engraçada era o Peçanha! O cara falava embolado e grosso, “com o ovo na boca”, algo que, ouvindo de longe, soava como um “bó-bó-bó-bó”!
Era naturalmente alvo de arremedos por parte dos colegas! Sua voz se sobressaía tanto em relação às demais que não podia abrir a boca sem que fosse notado e repreendido pela professora:
— Cala a boca Peçanha! Estou ouvindo sua voz daqui!
Eu adorava imitar aquela voz de ovo do Peçanha, ou melhor, arremedar, como se dizia naquele tempo!
Mas o pior de todos era o Elias – ele possuía um defeito vocal que o fazia falar fininho, fininho; uma voz extremamente infantilizada! O barato é que na hora da chamada, quando seu nome ia se aproximando, o humor da turma se elevava:
— DANIELA!
— presente!
Ouviam-se risinhos.
—DELMIRA!.
— presente!
Mais risos.
— EDVALDO!
— presente!
Mais e mais risos.
— ELIAS!
Gargalhadas.
Não havia dúvida de que nosso estimado Elias, voz de formiguinha, estava presente!
Era início de ano letivo, Jonas, ainda desconhecido da maioria, levantou a mão na aula de História Geral – queria tirar uma dúvida sobre o desenho no quadro que explicava como funcionava o mercantilismo:
— Professoooor, este esqueeeeema aí era adotaaaaaaado em todos os países mercantiliiiiiiiistas ?
O espanto e as risadas foram gerais. No entanto, como não levava desaforo, cortou logo a turma:
— Olha aqui! Sou gaaaaago mesmo, valeu! Estou tirando uma dúvida, poooooosso?
O silêncio foi geral, nenhum burburinho, nenhuma risada.
— Obrigaaaado. Estou pagando o meeeeesmo que vocês!
O cara ficou cheio de moral!
Outra figura engraçada era o Peçanha! O cara falava embolado e grosso, “com o ovo na boca”, algo que, ouvindo de longe, soava como um “bó-bó-bó-bó”!
Era naturalmente alvo de arremedos por parte dos colegas! Sua voz se sobressaía tanto em relação às demais que não podia abrir a boca sem que fosse notado e repreendido pela professora:
— Cala a boca Peçanha! Estou ouvindo sua voz daqui!
Eu adorava imitar aquela voz de ovo do Peçanha, ou melhor, arremedar, como se dizia naquele tempo!
Mas o pior de todos era o Elias – ele possuía um defeito vocal que o fazia falar fininho, fininho; uma voz extremamente infantilizada! O barato é que na hora da chamada, quando seu nome ia se aproximando, o humor da turma se elevava:
— DANIELA!
— presente!
Ouviam-se risinhos.
—DELMIRA!.
— presente!
Mais risos.
— EDVALDO!
— presente!
Mais e mais risos.
— ELIAS!
Gargalhadas.
Não havia dúvida de que nosso estimado Elias, voz de formiguinha, estava presente!