O enterro *

Em 1953, uma vizinha da fazenda de seu Clóvis Cardoso de Oliveira, estava muito doen-te, na região só havia uma pessoa que possuía caminhonete. Eles contrataram essa pessoa, um senhor, para levar a mulher até a cidade mais próxima. Era, porém, época de chuva, que des-graça gosta muito de chuva e de noite. A estrada era só lama e atoleiros. Andaram quase nada, e a caminhoneta atolou até o soalho. Um garoto, filho dessa vizinha, foi até a sua propriedade do seu Clóvis e algumas horas depois, voltou com uns bois. Infelizmente a mulher já tinha fale-cido. O automóvel foi puxado do atoleiro pelos bois, mas viram que a estrada seguiria daquele jeito e a caminhoneta atolaria novamente. Como não havia nenhuma casa, ninguém morava nas proximidades, decidiram enterrar a mulher ali mesmo, debaixo da chuva que caía. Abriram a cova, suponho que tenham dito preces, pois todos naquela região são muito religiosos. E seu Clóvis abaixou a vista para finalizar a história: “O sepultamento dela, foi bem do lado da estrada.”

* Trecho do livro: FESTAS DE CARROS DE BOI, do escritor Rogério Corrêa

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Boa leitura,

www.carrosdeboi.com.br

ROGÉRIO CORRÊA
Enviado por ROGÉRIO CORRÊA em 15/09/2014
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