Metrô

 
Aquela funcionária lotada no setor de recursos humanos na filial da empresa em São Paulo era muito, muito feia.
Mas todos comentavam que o seu corpo era muito bonito e poderia ser apreciado fora da empresa pelas ruas do bairro e no clube que frequentava, exibindo suas formas em minúsculas roupas e biquinis arrojados.
Nos dias de bom humor contava casos engraçados vividos e cuja razão era a sua cara feia demais.
A mais pitoresca foi quando, determinada noite, estava esperando o metrô do centro para o seu bairro após o término das aulas da faculdade.
Estava de pé na plataforma voltada para os trilhos, abraçada à sua pasta e vestida com uma minissaia e blusinha apertada, quando sentiu uma mão quente subindo-lhe pelas pernas.
Ela se voltou bruscamente e o individuo atrevido  levou um susto tão grande quando olhou para ela que saiu correndo pela estação afora.
E ela disse que saiu correndo atrás dele gritando e exigindo que terminasse o que tinha começado.
Não conseguiu alcançá-lo.
Até hoje o infeliz acha que passou a mão num monstro.