A VIAGEM

e souza

Paulão, depois de nos brindar com ótimas histórias quando estava por aqui, voltou para o Piauí. Ele não viaja mais de aviões desde a última experiência constrangedora em “VOAR AINDA É O MELHOR NEGÓCIO”. Resolveu que qualquer dia iria visitar alguns amigos que vivem no sertão da Bahia. Combinou com três amigos, o Jucelino, Maurão e o Gualter, foram os quatro no carro do Jucelino, cada um dirigia para que o outro pudesse descansar. Os três já haviam morado naquele estado, e lá estavam ainda alguns parentes, tios, primos e ex. namoradas. Em uma visita foram convidados para uma festa em uma comunidade bem longe da cidade, o Paulão chegou a dizer: “mas esse lugar é no meio do mato e não tem nada lá!” A casa era simples, iluminada com lamparinas que o combustível é chamado de gasolina. Havia muita gente dentro daquela casa, todos dançando ao som de um sanfoneiro, um outro com zabumba, e o senhor que tocava triângulo, o forró estava super animado, as pessoas falavam, cantavam, tudo ao mesmo tempo. Uma mulher que estava do outro lado da sala se aproximou do Gualter, era uma ex. namorada, a Maria Rita, que já estava casada com o Juvenal, que estava lá fora conversando com seus amigos. Após ela ter conversado muito voltou e se juntou aos amigos, neste momento o Juvenal entrou na sala e foi para junto de sua companheira e lá os amigos gesticulavam muito e falavam e olhavam muito para o Gualter, que lá do outro lado da sala também bebia uma cerveja. Lá pelas tantas começaram a se estranhar, alguns gestos, caras feias, mas não passou disso, até que os quatro amigos foram para fora pegar ar fresco. O marido da moça e seus amigos também estavam do lado de fora da casa, o bate boca teve início no quintal e só iluminados pela luz de uma belíssima lua, mas a escuridão era total, dois sujeitos estavam armados. Disparos foram ouvidos na escuridão e foi um corre-corre generalizado. O Paulão não conhecia o lugar, mas correu sem destino, só conseguia ouvir os tiros e a gritaria e resolveu se arrastar pelo chão. Já quase amanhecendo, foi quando Paulão percebeu que foi agarrado por trás, ainda tentando se arrastar e fugir, mas o camarada que segurava era muito mais forte e Paulão não saia do lugar e começou a gritar para que o largasse e dizia: “me larga homem, eu não tenho nada haver com isso, a mulher nem era minha, pelo amor dos seus filinhos, me solta!” E continuou a se debater, mas era inútil, pois não saia do lugar. O dia foi amanhecendo, Paulão já estava aos prantos implorando por sua vida, nesse momento começou a ouvir várias gargalhadas e pensou: “mamãezinha o cara vai me matar rindo!” Olhou para trás para que pudesse olhar nos olhos de seu carrasco. Para sua surpresa viu seus três amigos sentados no chão e chorando de tanto rir. O Gualter exclamou: “mas tu é um porcaião mesmo, para de gritar ô princesinha de porcelana, ninguém te pegou não, sua calça está presa no arame farpado homem!”

Quanto a discussão, foi tudo resolvido, os tiros eram de balas de festim e o Paulão ficou com cara de “pires”. É isso aí.

e-mail: edsontomazdesouza@gmail.com

E Souza
Enviado por E Souza em 30/06/2014
Reeditado em 26/07/2014
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