O osnofa viajando no cotidiano da vida dos outros.

História imaginável do osnofa

O osnofa viajando no cotidiano da vida dos outros.

Meu amigo Antônio Carroceiro, quando foi iniciar no serviço de carroceiro, com grande sabedoria recorreu a certos cuidados, procurou os serviços da Serralheria dos Irmãos Silva que confeccionou para ele uma obra de arte, uma carroça literalmente artesanal, feita com madeira de lei, previsão de durabilidadede um século. Assim que recebeu a carroça seus olhos brilharam e de tanta satisfação exclamou: serviço de primeira categoria e tratou o mais rápido de comprar dois cavalos, para logo, logo iniciar o trabalho de carroceiro e de bicicleta foi até a fazenda do senhor Olímpio Moreira, também conhecido como Limpinho, fazendeiro famoso da região, escolheu dois animais bons de carroça, pagou a compra e empurrando a bicicleta foi puxando os cavalos até a sua casa. Antônio Carroceiro cem por cento cuidadoso com suas atividades, construiu nos fundos de sua casa uma baia para cuidar bem dos seus cavalos, um dos cavalos ia trabalhar na parte da manhã o outro na parte da tarde, com estes cuidados prolongaria a vida útil dos seus animais. Um dia antes tinha ido até a Telemig, comprar uma linha de telefone e o funcionário, famoso Chico da Telemig, ficou de instalar a linha em dois dias e levar o aparelho e assim fez. Assim que o telefone foi instalado, pregou na parte de traz da carroça e nas laterais aquela plaquinha confeccionada pelo Heli Jaó: “Carreto bem feito e preço em conta, com dinheiro ou sem dinheiro, ligue para o Antônio Carroceiro”. Depois que tudo estava nos conformes foi dar uma volta no centro da cidade pra mostrar a sua carroça; mais tarde voltou para casa e ficou esperando o telefone tocar, esperando o primeiro cliente e o primeiro carreto, todo sorridente como sempre Antônio Carroceiro finalizou o dia, agora é só esperar.

Na manhã do outro dia, sete horas da manhã o telefone tocou, era o comerciante José Lara, do Lara Eletro e Ferragens: “Antônio, eu preciso que você me faça um carreto rápido”. Com a carroça pronta para iniciar as atividades, respondeu ao Zé Lara, já, já estou chegando aí. Sete e dez da manhã, partiu o Antônio Carroceiro para fazer o seu primeiro carreto e rapidinho mesmo chegou à Loja do Zé Lara, as mercadorias a ser entregue eram três pás, duas picaretas, cinco inchadas e dois carrinhos de mão; tudo encima da carroça, o Zé Lara pagou o carreto e ditou o endereço para o Antônio Carroceiro, que com um lápis de carpinteiro, bem apontado escreveu em uma caderneta, pra não correr o risco de esquecer (entrega no Campo Vermelho, Rua Santana, antiga Fabrica de Foguete, Escola Maria de Castro). E assim foi ele fazer o seu primeiro carreto...

Depois que fez o descarregamento de todas as mercadorias, o Antônio Carroceiro perguntou, para a diretora da Escola para que serviriam aquelas ferramentas e ouviu a resposta: “Daqui a pouco vamos plantar aqui no chão desta Escola a Pedra Fundamental da Universidade de Itaúna (UI). Várias autoridades vão estar presentes, se o senhor se interessar em acompanhar esta cerimônia pode ficar”. E foi assim que o Antônio Carroceiro entrou para história da nossa querida Universidade de Itaúna e viu ser plantado o sonho desta instituição de ensino que honra o nome da cidade e tem os nomes de Dr.Guaracy de Castro Nogueira e Dr.Miguel Augusto Gonçalves, como os senhores que sonharam e realizaram o sonho do ensino superior em Itaúna, nos dias de hoje sentimos orgulhosos e uma cidade realizada com o progresso da Universidade de Itaúna, onde o Reitor Faiçal David Freire Chequer, vem transformando a cada dia este nosso sonho. E com o passar dos tempos orgulhosamente o Antônio Carroceiro sempre quando tinha oportunidade contava este causo para os amigos e o osnofa revela que, se não foi verdade, este causo pode ser invenção do osnofa.

O telefone não parava de tocar, toda hora tinha carreto e por toda a cidade o osnofa encontrava o Antônio, o carroceiro mais famoso de Itaúna, sempre sorridente, trabalhando com vontade para ganhar o pão de cada dia. Outro carreto que ficou famoso foi a mudança do Cartório do Lauro do Jubito, que ficava no centro da cidade, Rua Higino de Faria com Dorinato Lima. Depois daquele episódio com um nervoso fazendeiro da região, o Jubitão resolveu mudar de endereço, levou o cartório para a Rua São José ao lado da casa do irmão Fone e próximo a casa do irmão famoso radialista da Radio Clube de Itaúna, Marcelo de Faria Matos “o popular Mineirinho” - e quem fez o carreto do cartório foi ele, o Antônio Carroceiro que na ocasião vestiu o terno de casamento, tudo isto pra dar mais formalidade a tão importante mudança, que gastou três viagem de carroça, umas das viagens foi cuidadosamente realizada, devido o carregamento ser de grande valor, eram duas maquinas de escrever Remington, que o Jubitão tinha comprado em uma importadora da capital. Assim que terminou a mudança e o faz me rir já estava no bolso do carroceiro, o Jubitão mais o Antônio Carroceiro sentaram em um banco de madeira envernizado e bem rústico lembrança do amigo marceneiro Sr. Galdino, onde o Jubitão nas horas vagas costumava assentar e tocar seu cavaquinho e no desenrolar da prosa, o Antônio carroceiro discretamente perguntou para o Jubitão como foi mesmo o causo do fazendeiro que cravou o facão no balcão do cartório.

O osnofa amigo da família Jubitão, vai reproduzir este causo do fazendeiro nervoso osnofamentefalando: “...e então o fazendeiro chegou ao Cartório do Lauro do Jubito, pra fazer o registro de um rebento; viagem de dez quilômetro no lombo de um cavalo e um furúnculo em uma das parte da popa da bunda o incomodava extremamente e qualquer coisinha podia mesmo irritar o fazendeiro. O Jubitão sempre bem educado, de fala em bom tom e de palavras bem pronunciadas para que não houvesse dúvidas, perguntava daqui e dali até que chegou a pergunta final para definir o sexo do rebento. O Jubitão sutilmente proferiu as seguinte pergunta, o senhor pode me informar se é masculino ou feminino o sexo do rebento, o fazendeiro incomodado com o tempo gasto para fazer o registro, mais incomodado ainda com o furúnculo que ardia em sua bunda, entendeu tudo errado e nervoso, descontrolado arrancou da cintura um facão e com toda a força e raiva que sentiu no momento cravou o facão no balcão do Cartório do Jubitão e foi logo dizendo, escreve aí seu moço, meu filho não vai chamar Firmino nem Marculino, é Bastião do Saco Roxo. Dito e feito o Lauro do Jubito registrou o rebento, recebeu o faz me rir, entregou a certidão, o fazendeiro juntou a certidão a uma papelada que estava em um embornal azulzinho, destravou o facão do balcão, ajeitou a criança nos braços, subiu no cavalo e num galope constante, buscou o caminho de volta de sua fazenda”.

Quem sabe na próxima história o osnofa possa viajar no cotidiano da sua vida.

Apoio Cultural: Mercadinho das irmãs Cocas – Localizado na Praça do Capeta, Centro de Itaúna. “Barato bom de mais, o mercadinho das irmãs Cocas não existe mais”.

Afonsinho
Enviado por Afonsinho em 06/06/2014
Código do texto: T4834957
Classificação de conteúdo: seguro