2 - A COLUNA BURCA RESSURGE NA FRONTEIRA COM O PARAGUAI
Na manhã de 15 de fevereiro de 2014 a coluna burca fica presa num velho e abandonado túnel onde tinham se abrigado da chuva, durante a noite ouviram duas explosão e as duas entradas desmoronaram, depois disto luz só pelas frestas das pedras, enquanto alguns raios de luz entravam durante os dias. Presos sem ter o que fazer comem e dormem, então percebem que deveriam racionar os alimentos. A água não era problema, pois jorrava pelas pedras, entretanto a comida passou a ser graminhas, samambaias e avencas, no compasso da preguiça tiravam uma ou duas pedras por dia.
Aos poucos Maria Burca foi solidificando a liderança entre os burcos da coluna.
Durante os meses que se sucederam as feridas nos pés adquiridas junto ao relaxado do Mujica, durante a estada no Uruguai foram desaparecendo e os burcos estavam mais ágeis e prontos para enfrentarem os porros que haviam aprisionado-os no velho túnel.
Na tardinha de 27 de abril de 2014 conseguiram retirar a última pedra, mas marchar a noite seria perigoso então resolveram aguardar até a manhã seguinte.
Brasília era o destino, lá se juntariam ao manifestantes anti-copa. No caminho, Maria Burca é chamada as pressas, havia algo de especial esperando-a, então Juca Suíno assume o comando. Um burco esguio, com algumas falhas de pelo, visão curta e pavio mais ainda. A burcada amedrontada seguirá cegamente o Juca, menos os Duroc, este não é burco.
Do Livro - Província dos Burcos - 2014