O cumpadre o o controle remoto
- Cumé qui cabô lá a história do fio do coroner Bastião cumpade?
- Quilo inda vai dá pano pa manga sô!
- Tão falano quele feiz foi de propósito, tá sabeno?
- Né pussive?
- Diz quele sabia que a véia tava dento da caminhoneta.
- Antão quiria memo era ficá livre da véia, né memo?
- Diz quela tava lá dento bisoiano no celular dele pra vê de discubria os celular das amante dele.
- rsrsrsrsrs....
- Ele fingiu qui num viu, pertô o controle, as porta fechô, ele foi imbora pra cidade e só vortô noto dia, fingino qui num sabia do paradero da véia.
- Diz qui chamaram inté a pulícia, foi memo?
-Vascuiaram as terra tudo; os cafezar, as bera de corgo, os vizinho e nada da véia.
- Cumé que acharam a dita?
- A muié dele chorano pidiu o celular pra dá nutícia pros parente; antão ele num teve jeito, teve que abri a caminhoneta. A véia tava lá dento dismaiada; só num morreu proque tem sangue ruim.
- Quem pricisa do genro desse, hein cumpade?
- Mais que que a véia tinha qui ficá intrumeteno?
- Mais praque quele tem qui ficá rumano muié pros fora?
- Tão falano Ca muié dele é daqueas...
- Daqueas?
- Qui vive cum dor de cabeça, xaqueca...
- Ah, dexa pra lá, nóis num vai acordá memo. Antão, cê vai vê os jogo da copa?
- Gora vô.
- Mudo das idéia?
- Uai, pareceu uma muiezinha que faiz parte desses trem de guverno falano que gora tem mais nada pra robá! Já robaram o que tinha. Cumo num gosto de robo, gora posso sisti os jogo sussegado.
- Cê é uma arma filiz cumpade!
- Antão...
- ...
JOSÉ EDUARDO ANTUNES