UM SANDUÍCHE CHAMADO MICTÓRIO
Nosso amigo Roberto Oliveira, o qual chamamos carinhosamente de Corró, quando jovem, trabalhou na lanchonete de Élson, lá na praça Nestor Coelho, no início dos anos oitenta. Naquela época, esse negócio de sanduíche que proliferou pelo mundo dos países que sofreram e sofrem a influencia da cultura norte-americana, era uma novidade; quase não se ouvia falar nas pequenas cidades, no tal de sanduíche; nosso negócio mesmo era feijão, arroz, rapadura, mocotó, carne seca, frango caipira, ovo frito, buchada, cuscuz, beiju, batata, aipim, frutas da região, etc.
Estava o inexperiente Corró, trabalhando como balconista, ainda na fase de aprendizagem, numa labuta danada para aprender aqueles nomes malucos: X-não sei o que, quando chega um freguês apertado, doido para aliviar a sua bexiga que estava para explodir, queria urinar urgentemente. O sujeito era um viajante experiente, conhecedor das coisas da cidade. Ele entra apressado e pergunta para nosso conterrâneo Roberto Corró: “meu amigo, por favor, tem mictório !!” nosso balconista, pacientemente, olha a lista de sanduíches e de preços, ainda tentando aprender como pronunciar aqueles nomes americanizados, o sujeito do outro lado do balcão, suando frio, quase sem aquentar, esperando; de repente ele dispara, para a surpresa do sujeito apertado: “amigo... mictório nós não temos não, mas nós temos hambúrguer, Bauru, misto-quente, americano e outros tipos de sanduíches” , o sujeito, entendendo a situação, pede licença, entra apressado no banheiro e alivia suas necessidades, morrendo de sorrir.