Controvérsia, fritura e felicidade.
Aquela quentura, aquela textura... aquele cheirinho!
Nada deixava Veronika mais feliz do que sair do trabalho e poder desfrutar do seu lanchinho noturno: uma bela coxinha frita!
Todo dia ela caminhava duas quadras para chegar naquele bar. Sempre muito lotado, era um desafio chegar até o caixa para fazer o pedido.
Milhões de pessoas em uma fila desorganizada, se empurrando para conseguir chegar ao caixa.
De vez enquando ouvia-se alguns palavrões, seguidos de uma confusão para mostrar ao furador de fila que para estar ali na frente não basta apenas ser espertinho. Aquele lugar tinha que ser conquistado. Situação que Veronika conhecia muito bem.
Não que ela tenha tido alguma dificuldade desde o começo. Suas curvas eram uma excelente moeda naquele reino. Coisa que suas amigas não conseguiam entender.
Naquele dia frio, após sair tarde do trabalho, mais tarde do que nunca havia saído, foi para o ponto de ôninus. Depois de alguns minutos de espera sentiu um forte aperto no estomago. Agora a dúvida era, ir comer ou pegar o ônibus?
Prioridades, todos tem as suas. Veronika resolveu caminhar e procurar algum lugar para comer. Duas quadras mais tarde e lá estava ele. O lugar que mais tarde se tornaria o seu santuário.
Na noite em questão, o movimento estava tranquilo, dia atípico na cidade.
Veronika deu uma boa olhada no cardápio e logo encontrou um de seus 'pratos' preferidos,
aquela fritura, o seu néctar dos deuses, a coxinha.
Não pensou duas vezes e rapidamente já chamou o garçom e pediu duas!
Veio então sua consciência clamar por atenção. "Não faça isso! Você não pode! Já está acima do peso! Ninguém vai te olhar se continuar gorda assim! Por favor, não faça isso!".
Mas o estrago já estava feito, o garçom já vinha em direção à Veronika com seu pedido na mão. Ela encarou o prato por alguns segundos, pensativa. Pensava se deveria ouvir sua consciência ou ser feliz e aproveitar seu manjar dos deuses. Não demorou muito para que se resolvesse, ao sentir aquele cheirinho maravilhoso, prontamente se postou a comer e apreciar sua coxinha. Se sentia no paraíso, e daí que iria engordar? E dai se ninguém iria olhar pra ela? Tudo o que importava estava ali, a cada mordida, era tudo o que precisava.
Terminou seu lanchinho e voltou para o ponto de ônibus. Seu ânimo era outro, voltou feliz para casa e foi dormir com o desejo de voltar aquele bar no dia seguinte. E voltou. A cidade já havia voltado ao normal, e assim que chegou a porta do estabelecimento, pode ver a multidão. Aparentemente tudo naquele local era divino. Milhões de pessoas não devem estar erradas.
Ao tentar achar o final da fila, Veronika sentia os olhares voltados a ela. Ela, porém, já estava acostumada com essa situação e não se importava. Desde moça sempre chamou atenção, suas curvas eram um atrativo e tanto e seus quilinhos a mais a faziam mais desejável ainda. Os homens ficavam loucos. Suas amigas magras, com corpo de modelo que chegavam a ser esqueléticas nunca entenderam como a amiga gordinha chamava tanta atenção.
Editado:
Não me apeguei à personagem. Não acho saudável continuar a história.
http://vidasimprevistas.blogspot.com/