A GALINHA CARIJÓ E RÔLO COMPRESSOR.

...MAIS VALE UM GOSTO QUE 100 RÉIS NO BOLSO...

Esta semana pintou aqui nos “escritórios dos Causos” uma enorme preciosidade. Acabei, através de minha sentinela avançada, encontrando, de Nico Fagundes, grande Poeta e Escritor Gaúcho, “Causos de Galpão”. Como é do meu feitio, contarei aqui, com as devidas adaptações, as jóias que rolam por aqueles cafundós dos Pampas.

Conta ele em seu livro, que recomendo a quem gosta das coisas simples mas de alta qualidade, a leitura da obra em questão. Ele narra sua mudança do interior do Rio Grande do Sul (Alegrete) para a cidade grande (Porto Alegre). E com a chegada do interiorano à Capital o choque de cultura é inevitável. Desde o medo de trilho de bonde dar choque e elevador despencar das alturas até o ato de colocar os últimos 50 centavos que tinha nos bolsos, num recipiente onde dizia: COLABORE COM A LIMPEZA PÚBLICA. Com muitas saudades, pode-se lembrar da violência da época. O elemento marginal mais perigoso era o “batedor de carteiras”. Aparecia também quem estivesse fazendo promoção de “bilhetes de loteria premiados” por uma verdadeira pechincha. Mas a clientela desse tipo de negócio era mais restrita. Tal façanha só era praticada por aqueles que se julgavam espertos a ponto de ficarem ricos sem fazer muita força e com baixo investimento. Pois bem, conta nosso herói que veio para a metrópole, mas não teve coragem de deixar pra trás uma galinhazinha carijó que tinha nascido de uma chocada de suas mãos. Era um pouco maior que uma garnisé e menor que uma galinha comum. Foi morar numa “Pensão familiar”, repartindo o cômodo com a galinácea companheira. Acontece que, certamente a pequena criatura, também tinha desejos de conhecer o desconhecido e de certa feita, aproveitando uma nesga de porta aberta, caiu no mundo. Já na rua, que estava sendo asfaltada, deparou com aquele chão preto que lhe pareceu familiar. Devem estar lavrando (arando) para um próximo plantio de arroz ou qualquer outro mantimento!!! E deve ter minhocas aos montes. Passou então a procurá-las. Nisso uma daquelas máquinas grandonas de compactar asfalto ( rolo compressor), cujo motorneiro estava distraído se aproximou da também distraída ave de cor carijó, que de certa forma se camuflava com o asfalto em questão. O choque foi inevitável, e como sempre, com prejuízo maior para o lado mais fraco. Do da galinha, é claro!!! Ficou como folha de papel preto presa ao solo. A “maquinona” foi-se embora sem olhar pra trás... Parecia tudo acabado quando uma ponta da asinha se levantou. Depois a outra. E enfim a ave inteira se pôs em pé. Chacoalhou todas as penas fazendo uma grande nuvem preta de piche em forma de cerração. E daí a exclamação: Arre!!! ISSO QUE É GALO E NÃO AQUELAS PORCARIAS QUE TEM LÁ PRAS BANDAS DE ALEGRETE!!! (oldack/26/03/011) Tel. (018) 3362 1477.X

Oldack Mendes
Enviado por Oldack Mendes em 12/12/2013
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