TRAGÉDIA NA RUA PICOLÉ
TRAGÉDIA NA RUA PICOLÉ
A SOMBRA
Minha sombra parou de correr atrás de mim. O que é que eu fiz para perdê-la?
Acho que foi um descuido de velho... Uma caduquice aqui, outra ali e quando percebi ela já não me acompanhava.
Juro fiquei tão jururu sem ver a minha sombra. Acho muito triste ficar sem sombra.
Tentei entender o ocorrido e desconfiei que sombra e alma pudessem ser a mesma pessoa. E agora como é que eu vou vagar por aí sem alma?
Quando eu passar pela Rua do Picolé a garotada vai gritar:
- Olha lá o coto de alma!...
E o que é que é ser coto?
É ser galinha Sura, aquela que não tem rabo...
Ou ser o cachorro Rabugento do Seu João-Sem-Braço...Cadê o rabo para balançar...
-Coto não...
Juro sem sombra e sem alma nunca mais vou passar pela Rua do Picolé...
Goiânia, 17/11/13.