Um Homem de Pequena Fé
Outra vez esperava o medo sobrevir com o véu da noite sobre seu teto. Era escuro, tons de espanto o acompanhava dentro à noite e os instintos. Um coração perturbado no mesmo tanto desequilibrado lhe fazia vergonha... Não tinha nada, além do medo e as circunstâncias. Os joelhos correram para o chão e a boca soltou preces confusamente perdidas, palavras travadas pela respiração ofegante, ele parecia estar perdendo a vida!
“Mas como?”
“Como este ciclo prisioneiro me cativa por tortuosas sensações e agonias interiores?”
Segue-se a noite a confrontar-se com suas interruptivas dores, enumeráveis rancores.
É... Este alguém não encontra alívio nem mesmo nas suas conversas com o oculto... Quanto temor enxergava por debaixo da suavidade branca de sua pele? Só mais uma noite em que fecha os olhos e vê a si sofrendo e padecendo de tanto temor; Ele se encolhia numa cama que não lhe cabia nem os pensamentos, em um lençol que não lhe encobria ou afastava os seus medos. Seria ele um homem de pequena fé? Ou um homem despercebido de quem é? Agora já era alta madrugada, os olhos pareciam pular da cara por queimarem e consumirem um culpa qualquer, uma desculpa de zé.
“Sim, ele é um homem de pouca fé!”
Finalmente um findo vestígio de sono o faz bocejar, maldita a insônia que rege suas noites sombrias, visões embaçadas e de imagens retorcidamente reais, irreais, sabe-se lá! Por momento, tudo o que mais queria era poder repousar em paz! Ele deita-se de bruços e com olhos fechados apenas se sente realizado, pois a menos de horas para o outro dia começar, consegue dormir sereno com a alma repleta de paz.
Sem mais desejar é hora de acordar para viver mais um dia qualquer...
Eu lembro bem, eu via tudo pelo reflexo dele, eu era a sombra dele... Me arrependo de ter vivido tanto com o Zé - Morreste, ó infeliz!
“Um homem de pequena fé!”
Victor Cartier