CAIÇARA

CAIÇARA

Nem havia chegado de uma viagem e está pronto para fazer outra. Não descansa de jeito nenhum. Vive doido atrás de mais uns trocados. Até então era o vovô daquela frota de caminhões especializada em entrega de combustíveis.

Sempre alegre e serviçal brinca com todos colegas amigos e fregueses.

Com mais de cindo anos no emprego começou de uma hora para outra a mudar de comportamento.

Diz as más línguas que é uma amante, diz outros que é chifre. Cada um com seu palpitizinho guardado na cachola.

Vez por outra acontece alguma trapalhada na viagem.

Da primeira vez o tanque furou vazando a gasolina de um compartimento.

De outra estourara dois pneus de uma vez. Mais um acidente capotando o caminhão perdendo toda a carga.

Desconfiado o chefe da frota foi investigar o último acidente. No local da capotada não há sinal de vazamento nem mato morto pelos combustíveis. O caminhão pouco avariado está com os freios e suspensão perfeitos.

O posto de Ceres que receberia a carga ficou sabendo que o concorrente de Rialma vende o óleo diesel mais barato. Resolve investigar e descobre que o mesmo caminhão que lhe faz entrega está vendendo a preço de banana a sua carga...Começou vendendo três a quatro tambores de duzentos litros por vez...Mais desta vez foi longe a carga toda.

Comunica com a empresa que prepara um flagrante com polícia e tudo.

O Caiçara e pego com a boca na botija vendendo dois tambores de gasolina e um pneu ressolado.

Em seu depoimento confessa rouba para sustentar a amante Argentina...

-Ô Caiçara...

GOIÂNIA, 18 DE AGOSTO DE 2010.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 03/11/2013
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