CADÊ A MINHA LANTERNA?
CADÊ MINHA LANTERNA?
Durante a minha alfabetização uma tia teve a feliz idéia de me prometer um presente quando eu terminasse de preencher um caderno de caligrafia inteirinho e bem bonito.
O premio era o meu sonho de brinquedo: uma lanterna com três pilhas.
Terminava a missão levei o caderno para a tia Tidinha, a “prometedeira.”
Ela olhou tudo direitinho como boa professora que era, mas não falou nada...
Cadê a lanterna, eu pensava.
O tempo passava rápido, de dias, pulou para semanas, meses e anos e nada da lanterna.
O marido dela Juiz de Direito foi transferido para a Capital e na despedida deles, ela falou de novo:
- Não esqueci de sua lanterna.
Meses depois fomos visitá-los em Goiânia e olha eu lá com a cara de “cadê a minha lanterna?”
Nada se passou anos e anos e nada...
A estória tem a sua moral: “Não espere nada de quem não tem nada a perder.”
Se ela tivesse cumprido a promessa eu teria mais uma luz para iluminar o meu destino, e não a eterna sensação de ter perdido aquilo que não me era devido.
- Cadê a minha lanterna?
- Arre...
Goiânia, 10 de dezembro de 2009.