FAZ TEMPO

Fom-fom-fom é o ruído da buzina de sua velha bicicleta importada preta com duas garupeira uma atrás e outra improvisada na frente.

Na década de quarenta, coincidindo com o período da segunda guerra mundial, que nada tem a ver com essa estória, ele o Senhor Neném viaja pelo interior de Goiás, indo a Goiabeira, Catingueiro Grande, Curralinho, Goiás velho e Barro Preto.

A sua profissão era cambista de loteria, vendendo a Federal e algumas estrangeiras que se aportavam por aqui.

De um momento para outro aparece com um Ford 1929 verde com pára-lamas pretos e capota de lona também preta. Muitas vezes ele substituía o carro pela velha bicicleta tendo em vista a dificuldade da gasolina em lata pelo interior.

Corre a notícia que ele ganhara na loteria. E assim ficou registrado o inicio de sua fortuna.

Estabeleceu em Barro Preto e cresceu comercialmente.

Duas décadas depois já bem rico aparece-lhe um vendedor, a principio chamando-o pelo atual nome Sr.Euclides Rocha, oferecendo mercadorias como caixeiro viajante. Como já era boca da noite o comerciante marcou para que ele voltasse no outro dia às dez horas da manhã. Foi o que ele fez.

No horário combinado apareceu com sua pasta comercial abrindo-lhe um catalogo de mercadorias.

Em dado momento entrou na loja do comerciante três soldados em suas fardas amarelo caqui.

Foi então que o vendedor se identificou, sou policial estou aqui para lhe prender Senhor Neném por suspeita de ter assassinado lá na Capital GOIÁS, duas irmãs, velhas e ricas fazendeiras e roubando todas as jóias e o dinheiro que elas guardavam em casa...

O final da estória não termina aí mas o final da fortuna do Senhor Neném essa sim termina...

Goiânia, 26/10/2013.