CAVALO DE PAPELÃO

CAVALO DE PAPELÃO

Papai bom fazendeiro que era me dera um cavalo de papelão pintado de branco e preto, com rédeas e arreio de verdade.

Ele era fixado sobre uma prancheta vermelha. Só que não saia do lugar.

O meu cavalo lindo atraiu a garotada da vizinhança que vinham brincar comigo por causa do cavalo. Nessa época até o numero de amigos aumentara.

Meu xodó por ele foi tão grande que até nome tinha: PINTADO.

Naquela época não existia empregadas. Como papai era prefeito todo mundo dava as filhas e filhos para ele com minha querida e santa mãe batizar. Ela era professora primária muito rígida.

Como não havia empregada sempre tinha duas, se não três afilhadas para ajudar a minha mãe.

Bem, em um dia chuvoso eu exigia com toda minha petulância de primogênito mimado que umas das afilhadas colocassem o cavalo no jardim. Na hora do lanche eu apeei do PITADO e fui para cozinha.

Não é que nesse instante despencou uma chuva braba dessas de verão. Um verdadeiro toró de molhar bobo.

Ninguém lembrou, nem eu que meu lindo cavalinho era de papelão e ele ficou lá fora.

Quando acabou o temporal corri para o jardim para dar mais uma voltinha no meu cavalo.

Surpresa ele derretera com tanta água, desmanchou todo ficando somente as rédeas e o arreio junto com aquele monte de papelão derretido.

Chorei e como chorei. O meu sonho desaparecera com a chuvarada.

Meu pai assistindo aquele meu drama, como o brinquedo que só encontrava na capital para comprar outro, foi até a Loja do Tio Amarilho e comprou um cavalo de pau, com cara de cavalo e rodinha.

Logo logo eu esqueci do pintado, aquele novo cavalo era melhor não se impunha mais com ele eu podia correr solto para qualquer lugar...

Goiânia, 26/10/2013.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 26/10/2013
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