UMA CORUJA POR PAPAGAIO

Seu Manoel era um velho português mas que veio das terra da Europa para o continente Americano ainda jovem, erradicando no Brasil, mais propriamente num povoado no interior do estado. Era um rapaz inteligente e seu primeiro emprego foi como caixeiro de uma venda e, com tino comercial que tinha, mais tarde acabou comprando o pequeno estabelecimento que tempos depois estava transformado em um conceituado Armazém de Secos e Molhados. Com o passar dos tempos acabou também adquirindo uma bela propriedade rural, com o casamento dos filhos, deixou os negócios da cidade para eles mudou definitivamente para o sitio onde dizia se sentir mais livre e realizado.

Muito tempo se passou desde a sua vinda para o Brasil e eis que certo dia recebe uma bela visita surpresa, um irmão da querida terrinha lusitana veio lhes visitar, foi uma alegria só. Seu Manoel levava-o para conhecer os mais remotos cantos de nossa terra, contava-lhes histórias mirabolantes de sua vida aqui no Brasil, onde agora se sente um verdadeiro cidadão luso brasileiro.

Dentre as beleza naturais de nossa terra o que mais encantou o mano português foi o papagaio que com sua pelagem verde, falava como um ser humano e mais encantado ficou ainda quando um desses animais adestrados na casa de um caboclo agregado de seu Manoel que, de tanto ouvir o português falar acabou falando tal como ele, tanto é que quando estava findando o seu período de visita, queria de toda maneira levar o papagaio para mostrar aos patrícios.

Por mais que insistisse, o caipira não concordou de forma alguma em ceder o papagaio ao português mas saiu pela mata afora na tentativa de achar um filhote de papagaio mas por não ser época de reprodução da ave, por mais que tenha procurado um ninho de papagaio para satisfazer o irmão do patrão não encontrou nenhum, foi quando no final do dia, já cansado da procura, encontrou um ninho de coruja com os filhotinhos ainda pequenos e foi ai que teve a brilhante ideia; daria um filhote de coruja ao velho português e tudo estaria resolvido.

No principio o português relutou dizendo que o passarinho não era verde e coisa e tal, mas com o jeitinho caboclo, o caipira convenceu o português e o patrão que aquele bicho esquisito era realmente o filhote de um papagaio e o português embarcou com a ave de volta para Portugal.

Decorridos mais de um ano da visita, o Irmão brasileiro recebe uma carta do irmão português que entre outra coisas informa:

__ A ave que me deste ainda não ficou verde e nem estas a falar, mas não há de demorar, pois que presta muita atenção, o ralhos, isto ela presta!

Maciel de Lima
Enviado por Maciel de Lima em 19/10/2013
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