Como assim, Vovó?
O grupo de jovens católicos discutia na sala da residência de um deles a melhor forma de acolher os jovens estrangeiros que viriam para a JMJ – Jornada Mundial da Juventude. Como é natural, faziam uma algazarra danada.
A vovó, com bem noventa anos, tentava assistir sua novela sem, contudo, conseguir desviar a atenção do que aquela molecada discutia. Havia, a boa velhinha, concebido pelas palavras colhidas no ar, que iam acolher na cidade, em casas de pessoas de boa vontade, jovens de diversos países.
Os jovens usavam com muita freqüência o verbo focar, na terceira pessoa do presente do indicativo, e cada vez que a velhinha ouvia aquela palavra, ficava alvoroçada, mas mantinha o silêncio natural das pessoas sábias. No final da reunião ela pediu a palavra:
_ Pois não, Vovó! Pode falar.
_ Por que é que vocês não trazem a foca aqui para casa? Eu adoraria passar uns dias com um bichinho desses.
_ Como assim, Vovó?