MISS ACARAJÉ X MONA
MISS ACARAJÉ X MONA
O desemprego tem aumentado assustadoramente aqui na nossa bela Salvador. A crise Nacional acerta em cheio o prato do trabalhador.
A economia informal cresce rapidamente, são vendedores de todo tipo.
Um tipo incomum é a classe dos vendedores de acarajé, é baseada na cultura dos negros que vieram escravizados da África.
Há pouco tempo o tabuleiro da baiana era sempre "pilotado" por uma negra com toda sua indumentária, no que virou até cartão postal, ultrapassando as nossas fronteiras.
Mas hoje não é mais assim, a confusão se espalhou por toda cidade.
Tem "baiana" loura, branca, evangélica, boiola, de todo o tipo e qualidade.
E quando ficam próximas uma da outra, falta somente sair faísca, todas almejam não só livrar o seu estômago, mas sonham muito alto, tem até umas que já abriram restaurantes no pelourinho!
Assim a competição é árdua...
Um tempo atrás apareceu um "homem" que se intitulou de Mona. Que vendia acarajé a preço muito baixo, independentemente de ser gay o quitute dele é uma delícia, como de outras baianas...
Começou a fazer sucesso, tinha dia que não sobrava, rapazes iam lá comprar fiado, pra só Deus sabe como e/ou quando. Viam a preferência sexual dele e começavam a explorar o dito cujo.
Como o sucesso sobe a cabeça, começou a aumentar o preço, e a despertar inveja.
Apareceu uma garota muito bonita e interessante, que também montou seu tabuleiro, a rapaziada da região ficou doida! Um sucesso sua acarajé, regada a muita paquera, todos migravam de mona para Miss acarajé, que cobrava ainda mais caro!
A confusão instaurou-se, foi pena para tudo quanto era lado!
Então Mona resolveu baixar o preço pela metade colocando uma placa enorme "Acarajé da Mona metade do preço".
E tudo voltou pelo menos a se aproximar da normalidade, até aparecer outro tabuleiro de acarajé com suas novidades.
Marcelo de Oliveira Souza
Do Livro Conto & Reconto Ed. Celeiro de Escritores