É uma grande alegria comemorar 200  publicações com o texto de
um aluno das aulas de conto.

     
     Leonardo é um menino de 11 anos, grande contador de causos, que atrai atenção de todos os seus ouvintes. Porém, ainda não havia conseguido colocar no papel os contos de assombração, suspense e aventura, que tão bem sabe narrar.

     Acredito que tudo na vida tem o seu tempo...Aqui está o primeiro texto do Leo:
 
O misterioso causo do cavalo selvagem

     Meu pai soube dessa história quando era criança. O avô dele contava que morou naquela fazenda perto da Serra da Canastra, um rapaz chamado Zé Anjo. Nasceu cego, mas isso não impediu que ele trabalhasse cuidando dos animais, principalmente dos cavalos.

     Um dia o patrão achou que seu cavalo estava ficando velho e comprou um animal de raça. Mandou para o melhor amansador da região,um homem muito treinado a domar cavalos, mas esse não conseguiu fazer nada. O cavalo era muito selvagem e foi devolvido sem ser amansado. O que deixou o fazendeiro nervoso, tinha gasto muito dinheiro e o animal não lhe servia para nada. Ordenou que os soltassem no pasto até aparecer comprador.

     O Ceguinho Zé Anjo tinha costume de andar assoviando uma estranha música  pelos campos quando buscava os animais. Foi assim que encontrou sem saber, o cavalo do patrão e deu lhe uma espiga de milho. Daí em diante passou a levar milho no campo e dar ao cavalo selvagem.

     Numa manhã, enquanto limpava o curral, o ceguinho assoviou e o cavalo veio numa corrida desenfreada, pulou a cerca do curral e foi parar onde o menino estava. Muito admirado o fazendeiro ordenou-lhe que colocasse os arreios no animal, queria ser o primeiro a cavalgar. O cavalo relinchou, pulou e o patrão não conseguiu montar.

     Zé Anjo falou alguma coisa no ouvido do cavalo e em poucos segundos o acalmou. Havia um mistério naquela amizade. Homem e animal se conheciam através da alma e dos tempos, foram amigos em outras vidas. O patrão revoltado pegou o chicote para castigar o cavalo e o ceguinho. Nessa hora o Zé criou coragem, montou e os dois sumiram pelos pastos verdejantes da Canastra.

     Foram procurados por muitos meses e nem rastro deixaram. Até hoje existe um mistério naquela Serra...Ninguém sabe onde foram parar os dois amigos: Zé Anjo e seu cavalo selvagem.
 
Leonardo Vinícius

                             
Maria Mineira
Enviado por Maria Mineira em 29/08/2013
Reeditado em 29/08/2013
Código do texto: T4456959
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