O CABOCLINHO BALCONISTA
Cansado da labuta na roça naqueles fundo de mundo onde Judas perdeu as botas, resolveu mudar de vida, deixando o trabalho árduo da roça, indo para a cidade tendo em vista que o progresso parece ter chegado até aquele antigo povoado onde todos chamavam apenas de patrimônio, a ferrovia trouxe o progresso e a rodovia, agora pavimentada também incentivou o comercio local, uma posto de venda de combustível foi construído as margens da rodovia a que chamavam simplesmente de estrada oficial e com ele um restaurante.
Chegando a cidade, sem nenhuma profissão, o rapaz conseguiu emprego de balconista no restaurante do posto, trabalhando a noite.
Certa noite, já eram altas horas, o Restaurante estava praticamente vazio, já havia passado o horário da refeição e um ou outro viajante adentrava no estabelecimento para comprar algum produto, ora era um maço de cigarro, ora um refrigerante e o caboclinho gentilmente atendia a todos levando ao pé da letra as orientações do patrão “ o freguês sempre tem razão” e se o produto não existisse no estabelecimento a orientação seria era: “está em falta no momento mas em breve teremos”.
Vai daí que adentraram ao estabelecimento uma família de viajantes, o mais velho, talvez um pai, vai até o balcão e pergunta ao caboclinho:
__ Por favor, o Toalete?
Confuso o rapaz olha para as prateleiras como quem procura alguma coisa, depois retorna a pergunta:
__ Toalete?
__ Sim!
Respondeu o freguês.
__ No momento esta em falta!
E em seguida justifica:
__ Mas semana qui vem chega, o patrão fez pedido ontem!