d

Vou usar apenas um D. É preciso, claramente, que se possa distinguir, no restante do texto, que é dele que se trata. O D, em si, tanto pode ser “dele” – e eu prefiro que não se use a maiúscula inicial para que fique claro: não é figura divina – como pode Daniel, Diego, Danilo, Dante, Diógenes, Douglas, David, Denis, Derek, Diogo, Dimitri, Denilson. E define que seja um deles, – supondo que o escritor esteja, pela primeira vez, a dizer a verdade – embora não se possa optar por nenhum. Nada se poderá dizer da luz interrompida de amanhecer cortinada ou dos abraços demorados, embora esteja, eu mesma, a dizê-lo. Porque D, sendo menos importante, estaria muito bem contemplado num dos nomes da lista, escancarado e definido, como tinta no tubo. A inicial, no entanto, vem como tinta na tela, que se mistura com outras e se nota em breve aparição, cobrindo e descobrindo-se.

Adriana Campos K
Enviado por Adriana Campos K em 20/08/2013
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