a BOMBA E A COICIDÊNCIA
“... Vale mais uma pequena mentira do que uma grande justificativa...”
Não gostaria que entendessem o presente “Causo” como algo ligado a catástrofe. Sempre preferi levar aos leitores o lado simples da vida sem os deslizes próprios dos seres humanos que acabam tendo como efeito colateral indesejável a violência. Vemos hoje os chefes das grandes nações “empenhados” em eternizar a Paz mundial. Ai o Primo Policarpo que estava na moita entra em cena e me sai com esta: Como os EEUU, uma das grandes Nações do Mundo empenhada em tão desejada obra contra a proliferação de armas nucleares (o Irã é o protagonista mais recente), foi primeiro e único a jogar duas bombas de destruição em massa sobre duas cidades Japonesas (Hiroshima e Nagasaki), matando aproximadamente 250 mil civis inocentes, ousa agora ser contra a proliferação de tal artefato? Por acaso ele não tem mais essa arma? Uma vez chegou aos ouvidos de Millor Fernandes que o poderio nuclear destruiria o Mundo 49 vezes. E ele, a exemplo do Primo Policarpo, mandou ver: Mas não basta acabar uma vez só? Diante da polêmica criada por ocasião da destruição das cidades japonesas, os aliados justificaram que era a forma mais eficiente de levar o Japão à rendição. Nossos sertanejos diriam: “A melhor forma de acabar com os carrapatos é só matar a vaca”.
O presente relato, incorporado ao folclore de um lugarejo nos arredores de Hiroshima, mostra que as consequências desse ato de atrocidade praticada pelo Homem não ficam só nas mortes momentâneas e posteriores ao acontecido. Tem também um fato pitoresco de um cidadão que era jovem em 1945. Estando ele em local que, não sei por que, não foi atingido pela radiação nuclear sofreu o choque psíquico e pouco falou depois, passando a andar a esmo pela cidade, sempre se culpando pelo ato de destruição em massa.
Internado em uma clínica especializada em estudar as consequência do pós guerra, passou a ser estudado o porquê de seu desvio comportamental. Durante muitos estudos e tentativas de montar o complexo quebra cabeças, surge enfim uma conclusão, sempre baseada em seus lacônicos relatos. Conta ele que sendo trabalhador em uma indústria no período noturno, encontrava-se em casa em período de descanso. Em dado momento foi ao sanitário para satisfazer suas necessidades fisiológicas. Ao terminar acionou a descarga coincidindo com o exato momento da extraordinária explosão, ocorrida em 6 de Agosto de 1945. Todas as pesquisas se encaminhavam e findavam nesse ponto. A única conclusão, embora não definitiva, era de que naquele pequeno cérebro ficara toda a culpa pela destruição praticada pela insanidade do Homem. (oldack/19/12/010). Tel. (018) 3362 1477.