AS PAREDES TÊM OUVIDOS
O Sr. Oliveira era um homem simples e muito correto e justo. Ele gostava de dar à sua família o melhor que ele pudesse. Mas sempre procurava o melhor preço para comprar.
A sua filha caçula ia se formar e ele precisava dar a ela, o anel de formatura. Pesquisou até encontrar um, num preço que ele podia pagar. Só que era em outra cidade ali perto. Resolveu ir.
Quando ele estava participando à sua mulher o que decidira, esqueceu de observar em volta.
Eduardo era um garotinho vizinho que estava sempre brincando na sala da casa. E ele desenhava, fazia aviãozinho de papel ou barquinhos, enquanto o homem dizia para a mulher:
- Aninha, amanhã eu saio cedo daqui, embarco no trem, chego à cidade, compro o anel de Neinha e, à tarde, se Deus Quiser, estou de volta.
Eduardo brincou, brincou e depois foi embora.
No dia seguinte, tudo se passou como planejado.
E, à tardinha, , quando o Sr. Oliveira vinha lá na rua ainda, Eduardo, que brincava na frente da casa, gritou bem alto:
- Seu Oliveira, trouxe o anel de Neinha?
O homem ficou abismado. Ele só tinha falado aquele assunto com a esposa. E ficou pensando como é que aquele menino poderia saber o que ele fora fazer.
Esquecera-se de uma norma preciosa da convivência humana: VIGIAR. Isso é até bíblico!
Ainda bem que saber ou não , da compra do anel, não tinha tanta importância. Mas imagine se aquilo não pudesse ser do conhecimento alheio?
Nunca é demais lembrar que “as paredes têm ouvidos.”