O COMPADRE E O PAPA

Então Maciel, ando sumido. Todo ano, na “coieta” do café, meus neurônios vão “prota banda”. Nosso grande país está dando as caras, quem diria? Mas vou tentar levar o “cumpade” numa manifestação e dá de cara com o Papa. “Bamo vê no que vai dá”!

- Vortô logo cumpade!

- Te conto nada cumpade.

- Quê qui conteceu?

- Uai, nóis foi tudo lá pra capitar praticipá da tar de manifestação contra o preço do leite e o trem confundiu foi tudo, tá sabeno?

- Tô intendeno não...

- Antão. Nóis tudo de bandera contra a tar da corrupção, cum medo de bala pirdida; aparece um povo munto, mais munto maió quinóis e no meio ia um cabra de branco...

- Deve ser esse tar de Papa ca televisão fala o dia intero.

- Ele memo cumpade. In carne e osso. Banano a mão pra todo mundo, bejano as criancinha...

- Cumé cocêis fêiz?

- Uai, infiemo a viola no saco, rezemo um terço e viemo imbora.

- A tar de manifestação foi po caxa prego?

- Antão, nóis ficô sem pusição diante de tanta bondade...

- Mais ocê reparo que os pulítico só pareceu no dia que o Papa chegô? Dispois sumiram da fita?

- Tinha pensado não. Será caos de quê?

- Será que o santo Papa num quis os pulítico ou os pulítico tão cum vergonha de tanta desiguardade?

- Pulítico cum vergonha cumpade?

- ...

- Ês deve tê feito mais uma pesquisa co nossos cobre...

- ...

- E discubriram que o povo qué pelo menos rezá in paiz....

- ...

JOSÉ EDUARDO ANTUNES

Zeduardo
Enviado por Zeduardo em 25/07/2013
Código do texto: T4404496
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