VERDADE IV...
Em minha juventude fui um ótimo nadador, mergulhador e acabou que fui contratado pela marinha para dar aulas de mergulho.
Civil contratado pela marinha, os militares me viam como intruso e incapaz, portanto tinha que provar diariamente o quanto eu era bom.
As aulas para os oficiais eram mais fáceis, afinal eles não mergulhariam e sim os marinheiros. As das tropas de Fuzileiros eram as piores, afinal eles eram a elite da Marinha.
Participei de vários cursos de Comandos e Sobrevivência com eles, porque parte do meu treinamento era providenciar alimentação na sobrevivência.
Em um treinamento de Assalto, junto com o Grupamento de Mergulhadores de Combate GRUMEC e o Grupamento Especial de Retomada e Resgate GERR, aconteceu comigo algo que me fez herói, com direitos a uma medalha!
Ao final do dia após treinamentos de Assalto e Snipers, fomos para o Rancho e para nossa surpresa o Tenente que comandava a operação dera ordem para não ter comida e que um grupo iria mergulhar e pegar algo para comer.
Eu, mais um Sargento e dois Marinheiros colocamos o equipamento de mergulho noturno para irmos pescar quando escutamos:
- Tirem todo o equipamento! Quero apenas faca, arpão de ar comprimido, pés de pato, máscara e snorkel...
- Sim senhor! Respondemos em uníssono.
Ouvi alguns comentarem que iriam dormir, porque sem equipamentos não traríamos nada da pesca e talvez fossemos nós os alimentos dos tubarões!
Entramos os quatros no mar e começamos à procura de algum cardume de qualquer coisa, primeiro porque eles não mereciam Badejos, Robalos ou Lagostas, segundo que quanto mais tempo no mar, mais tempo para os Tubarões e sem equipamentos, seriamos alvos fáceis.
Após pegarmos dois Sabonetes e um Robalo, este guardado para nos, rumamos para a praia. Um dos Marinheiros avistou um Robalo dos grandes e ficou para trás. Eu logo à frente dele, já a uma distância considerada dos outros dois, diminui o ritmo para dar a segurança.
Esperei alguns minutos e comecei a voltar para encontrá-lo, quando avisto a barbatana de um Tubarão! Sem equipamentos após a arrebentação, não tinha nada que fazer a não ser enfrentar o bicho.
E pelo tamanho da barbatana pensei:
- Puta que o pariu... Como é grande...
Como estávamos o dia todo sem comer, não tinha merda pronta, porque senão teria cagado perna abaixo.
Ao me aproximar dele, fiz sinais e ele entendeu. Virou-se, esperou pelo danado e atirou, a seta resvalou no seu couro e sumiu com a linha da carretilha, pensei:
- Ih! Fodeu!
Descemos até o fundo e deitamos na areia ele de bruços e eu de costas. Ele recolhendo a seta e eu disparei a minha. Errei a Guelra do bicho e minha seta ficou cravada no seu corpo. Quando o danado se aproximou, virei o arpão e o lado que estava o gás comprimido, enfiei na boca do mesmo.
Ao morder o arpão este explodiu e a turbulência da água nos levou desacordados ate a margem.
Refeitos dos sustos, podemos observar que alguns marinheiros estavam comendo partes do grande peixe que já estavam assadas pela explosão!
Verdade...