O FANTASMA GELADO
Dayane é uma jovem muito educada, com um belo conceito sobre a vida, uma pessoa muito bem vivida, muito culta e muito alegre. Gosta muito de ler, de escrever, de estar todos os dias ligada na “internet”, mais precisamente no “facebook”, conversando com os amigos virtuais e obtendo um pouco de conhecimento. Além de suas características acima descritas, ela possui um pequeno problema: tem muito medo. Tem medo de qualquer barulho, de qualquer vulto e até mesmo de sua própria sombra.
Sebastião é seu pai. Um homem já um pouco amadurecido. Sua idade ele não gosta de falar, mas alguns dizem que ele é muito metódico, principalmente com suas próprias coisas. Não gosta muito de sair para passeio, prefere sua casa às viagens, à praça e ao lazer. Por ter uma criação um pouco rígida, vive mais para o trabalho do que para o lazer.
Aproximando o final do ano, Seu Sebastião comprou um porco bem gordo. Ele dizia que o abateria para que o natal fosse bem fardo, pois esperava algumas de suas filhas que moram na Capital. No interior, sempre é festa, principalmente quando existe farta comida, sendo assim denominado os bons e saudáveis tempos.
Na sexta-feira da semana seguinte, o porco seria abatido. Já estava tudo combinado, mas por algum motivo, o vendedor pediu que Sebastião fizesse o abate, porque a previsão do tempo era de muito chuva e muito barro. Nestas condições o fusca da família não chegaria até a propriedade.
Dayane estava fazendo suas provas finais na escola. De tanta preocupação, ela estava bastante ocupada, mas neste dia somente foi à sua casa para almoçar, como o de costume, mas seus pais lhe falaram que iria para a roça abater o porco.
No final da tarde, apareceram algumas nuvens de chuva e logo formou uma tempestade, fazendo com que Dayane fosse para sua casa com muita pressa. Tamanha era sua pressa que não observava nada. Sua concentração era saber que na segunda-feira as notas seriam publicadas e ela passaria de ano. Iria terminar o segundo grau e fazer vestibular para jornalismo. Para ela, era uma grande vitória. Pensava em trabalhar como repórter de televisão e futuramente apresentadora de tele jornal.
Seria mais ou menos umas nove horas da noite. A tempestade aumentava a possibilidade de cair naquele momento. Dayane corria e sentia um pouco de medo de ouvir o som dos trovões e o clarão dos relâmpagos. De vez em quando, as luzes da cidade apagavam, mas ela pode chegar em sua casa guiada pelas rajadas de luzes dos relâmpagos.
Chegando em sua casa, já um pouco molhada, Dayane abriu a porta da sala, mas como estava escuro, mal pode pensar, mas preferiu entrar pela porta da cozinha, porque ficaria sentadinha em um sofá velho até que as luzes voltassem e a tempestade acalmasse. Assim o fez.
Pelos clarões dos relâmpagos, Dayane abriu a porta da cozinha e entrou. Estava um pouco escuro. Por falta de sorte, a janela da cozinha estava meio aberta e o vento soprando forte dava a sensação de ela estar em um filme de terror. Somente faltava os risos de fantasmas, mas o cenário era bem parecido com algum filme de terror. Com medo, ela entrou, mas quis gritar de medo e chamando pelos pais. Ela, sem saber, deu um pequeno tropeço em um banquinho e perdeu o equilíbrio, indo parar em alguma coisa meio fria, da qual ela ficou entre estas coisas. O vento soprava forte, trovões, luzes de relâmpagos e uma visão de que ela estava entre dois fantasmas meio frios. A cena foi de horror. Ela começou a gritar e já sem voz saiu correndo para fora e ali permanecendo até que a chuva parou e as luzes voltaram a ficar acessas.
Por volta das dez da noite, seus pais chegaram de carro e se espantaram ao ver a filha na rua, toda molhada, grintando, chorando com medo.
Já amparada pelos pais, eles disseram-lhe que fora preciso abater o porco naquele dia e como havia previsão de chuva, tiveram que trazer o porco morto e dependurá-lo nas madeiras da cozinha. Sendo o porco muito grande, eles tiveram que voltar para buscar outras coisas e a chuva não os deixou sair para a cidade.
Então, Dayane esclareceu que o fantasma gelado era o porco abatido pendurado na madeira da cozinha.