LUZ DO CÓRREGO

Os moradores da rua, perto do córrego, estavam assustados de uma luz que sobrevoava o córrego, nas noites de lua cheia. Uns diziam ser alguma coisa do outro planeta, mas outros diziam ser alguma alma perdida. Ninguém, ao certo, sabia o que acontecia.

Nesta mesma época, chegou à cidade o senhor Ladislau, um senhor aposentado, fora um grande encarregado de uma construtora no norte do Brasil. Homem simples, de muito conhecimento, mas cheio de mistérios. Foi dito que ele tinha paixões exageradas, principalmente por anfíbios, tais como sapo, rãs, pererecas e outras espécies. Sempre, nos bancos das praça central havia um comentário dele sobre os sapos.

Era noite de lua cheia. Os moradores ficavam preocupados. Aquela luz sobrevoava o córrego. Fazia zique zaque , com manobras radicais, mas sempre baixa. Apagava em algum lugar e se acendia em outro. Era um mistério. Com calor, com frio, com chuva ou vento, todas as noites de lua cheia a luz aparecia. Sempre em cores diferentes. Ora vermelha, ora azul e assim sucessivamente.

O desespero dos moradores era tão grande que após as nove horas da noite ninguém mais saia de suas casas. Alguns que se atreviam saiam correndo e gritavam. No outro dia, Seu Mané, homem de muito respeito teve que jogar sua bengala para cima e correr, porque a luz estava vindo em sua direção. Não deu outra.

A comunidade do bairro fez um requerimento e entregou ao Sr. Prefeito e ao presidente da Câmara Municipal, para que eles tomassem as devidas providências.

O prefeito reuniu seus secretários e fez um audiência pública. Ficou estabelecido que contrataria uma pessoa corajosa para tentar desvendar o mistério, mas a pessoa que seria contratada não quis participar, alegava problemas de saúde, mas em fontes extra-oficiais, ela também estava com medo e pensava ser seres de outro planeta, porque somente aparecia em noites de lua cheia.

O fato era tão relevante, que foi publicada matéria nos jornais local e regionais, até uma equipe de televisão foi fazer reportagem, mas não deu em nada. Toda noite de lua cheia a luz aparecia, ora fraca, ora forte.

Vários meses se passaram até que, por coincidência, um ufólogo de passeio pela cidade, no hotel, ficou sabendo do mistério e se prontificou para tentar resolver a situação.

Trajou-se com seu uniforme, tais como máquinas fotográficas, filmadora, aparelho digital e outras complementações e lá se foi. Naquela noite, ficou filmando até alta madrugada.

Chegou ao hotel e encontrou um multidão que o aguardava para uma resposta. Ele, por sua vez, disse que breve daria uma resposta.

Em suas filmagens, pode observar algo semelhante a um ser humano, que ora se abaixava, outra se levantava e seus movimentos. Subia, descia, voltava e sempre luzes diferentes.

No dia seguinte, marcou um encontro com o prefeito e o delegado. Mostrou as imagens e disse ter certeza que não era nenhum ser de outro planeta, nem mesmo fantasama. Era um homem que se deliciava das noites de lua para cheia ir passear no córrego.

O espanto foi grande, mas ninguém acreditou no ufólogo. Coitado, teve que sair às pressas da cidade, porque queriam lixá-lo.

O mistério continuou, mas o amigo ufólogo descobriu que era o Sr. Ladislau que ia procurar sapos, pererecas e rãs para a sua coleção.

Até hoje, após dois anos, a cidade ainda fica a mercê da Luz do Córrego.

JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO
Enviado por JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO em 13/07/2013
Reeditado em 04/03/2018
Código do texto: T4385078
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