O CABELO E O RELÓGIO
“... o essencial é invisível aos olhos...” (Saint - Exupéry)
Como educador, não me sinto confortável, quando dizem que a “Educação de antigamente” tinha melhor qualidade. Fico com algumas dúvidas: Se era de boa qualidade o que ela fez para que não entrasse em retrocesso? Quem tinha uma escolaridade completa (ensino primário, ginasial, colegial e superior) era a elite, salvo raríssimas exceções. Será que a qualidade não estava atrelada à situação financeira da família? A família de quem estudava não teria um nível intelectual mais elevado? Será que a rede particular não veio muito mais para manter a qualidade do que realmente para melhorar essa mesma qualidade? Os objetivos da Educação estavam realmente voltados para uma rápida evolução social? Se eu continuar essa reflexão muitas outras dúvidas do mesmo nível irão aparecer.
Bem, o presente “Causo” está inserido neste contexto. Quando faço este relato, as pessoas indagam: Puxa! Mas no Colegial (1.o Clássico) se estudava e sabia tudo isso???
Pois bem... No final do ginasial (eu tinha 17 anos) fui picado por uma vespa chamada PAIXÃO e fiquei gravemente enfermo das coisas do Coração. Morava em Assis e ia “estudar” na sombra das árvores, perto do Mercadão, num ponto em que pudesse ver minha fada, mesmo que fosse de longe. Certa feita estava eu traduzindo um texto, de um autor inglês que narrava o seguinte “Causo”: Um humilde casal de namorados, moradores nos arredores de Londres, sofria do mesmo mal acima relatado. Ela linda. Seu maior orgulho era seus longos cabelos que formavam uma bonita cascata dourada. Pena que suas posses não permitiam comprar uma presilha de marfim que estava na moda. Ele, igualmente bonito, de porte saudável e sua única riqueza material era um relógio de bolso, de ouro, sem corrente, da marca “ Roskoff Patent”, que vinha sendo passado de geração em geração. Chegada a época do Dia dos Namorados, o grande desejo dela era dar ao seu amado uma corrente de ouro à altura de seu relógio. O dele era dar à sua querida a presilha de marfim que faria seus cabelos ficarem infinitamente lindos. Ela toma a seguinte decisão: Cortar e vender seus cabelos para comprar a cobiçada corrente. Ele decide vender o “Roskoff” e comprar a belíssima presilha. No dia ansiosamente esperado para a troca de presentes, vem a grande surpresa. Ela não tinha mais os lindo cabelos. Mesmo assim, sem saber detalhes lhe entrega a corrente de ouro que não tinha mais serventia, uma vez que o relógio havia sido vendido para aquisição da presilha. Num ambiente de grandes emoções vem um abraço acompanhado de lágrimas. Ali ficam então sabendo que agora o elemento que trazia o grande prazer não mais era um objeto material, mas outro eterno e de infinito valor... O AMOR... (oldack/04/01/011). Tel. (018) 3362 1477.X