O preço de um porquinho.
Dona Carminha, muié lindona de tudo, jovem, uma belezura que só venu! Era era juntada cum Coroné Turrão (pelo nome a gente pode imaginá...) Era brabo, vançadô, brigadô que nem tôro brabo. Os assunto dele era tudo aresorvido nas bala e nos jagunço.
Cumpadi Vicente, galanteadô, mulherengo que só, sempre foi loquinho pela cumadi Carminha deis de menino. Ele perdia os estribo e babava por aquela muié.
Um dia, chegano na cidade e sabeno que o cumpadi Turrão estava fora, foi visitá a cumadi.
Chegano lá, foi recebido pela cumadi e ele, galanteadô que só, foi se chegano na cumadi:
- Ê cumadi, como vancê está potrancuda hem! Que belezura.
- Carma cumpadi, aceita um café fresquinho? ...
- Só o café que vancê tem pra modi me oferecê? To é quereno outras coisas da cumadi!
- Que outra coisa home?
- Aquilo ...
- Aquilo o que home?
- Aquilo que as muié dá pros homi.
- Num sei o que ocê tá falano e nem pensano, cumpadi!
- Sabe sim, sô! Craro que ocê sabe! Aquilo que ocê dá pro Coroné, gostoso, no quarto, na cama, umas saliença.
A cumadre assustada ...
- Essa sua prosa tá muito vexatória cumpadi! Tá pensano o que?
- To pensano que quero ocê, que quero que ocê dá pra mim. Vem dá! Dá, vem. Dá o que ocê dá pro coroné vem ...
- Você é loco homi, O coroné tá chegano e eu vou contá tudi isso que ocê tá me falano.
- Vai! Da de colocar dificurdade, vem cá vem .. me dá um beijinho vem ...
Asente aqui no meu colo, vem muntá no seu tôro brabo, vem!
- Ara cumpadi, o coroné tá pra chegá já e eu vou contá a ele sobre seu abuso, sobre sua proposta. Ocê sabe como o coroné é brabo!
Não demorou 5 minutos e o Coroné chegou pisano forte, bravo como sempre e perguntano pra muié o que o compadi tava de fazeno ali.
O cumpadi, já verde, azul, marelo ... ficou acuado sem nada dizê ... Se atremia de tudo ...
- Sabe a proposta que ele fez Turrão .. Sabe?
- Não muié, fala logo que estou muito irritado hoje e quero de arresorver tudo logo..
- O cumpadi veio me fazer uma proposta.
- Então diga logo que diabo de proposta é essa, sô!.
Nisso passou um porquinho, daqueles magrelinho, das barriga inchada, feio, que nem a porca queria mais ele por perto.
- O compadi ofereceu R$ 500,00 por aquele estrupício daquele porquinho ali...
- Não acredito que o cumpadi ofereceu quinhentos conto por aquele traste, ocê ta logo homi ... Queria dar quinhentos conto por isso.
- Queria não coroné! Quero! E quero levá agora, pois já estô de martida (oiando pela janela e vendo um mulequi passando):
- Ei! Muleque! Pega aquele porquinho ali que eu vou levá agora. Pega logo! Que tô com pressa!
- Toma aqui coroné! Os seus quinhentos contos!
O cumpadi avuano e cas pressa danada, abraçô aquele porquinho fidido, colocou o bichinho em baixo do suvaco e va evasô com aquele estrupício berrano...
Dizem que treme cãs perna inté hoje ...
Inté, pessoa!