O menino sem coração.

O que vocês vão ler aqui é algo que os professores do século passado, da década de 80, já previam: meninos, não confundam liberdade com libertinagem.

Junto com a era moderna, se fez presente também uma liberdade forçada. Os pais não tendo como impedir as vontades dos filhos ou por falta de apreparo, esqueceram de deixar o legado dos bons constumes e com a perda dele...

-Moquele desgraçado, vem pra dento inferno! Filho de pai bandido e mãe desestruturada, Marcos foi crescendo em meio a periferia da cidade com as piores influências possiveis. No campo de futebol da terra perto do aterro sanitário, enquanto tentavam se divertir da maneira da criançada da comunidade, os maloqueiros se encostavam no barranco perto das mamoneiras para fumar o baseado: -ai rapa, onte peguei o carro daquele mané boizinho, é, o otário penhorou comigo por duas pedra, tá ligado, demo os maió rolé, e ainda fizemo a casa dum boy, na madruga, altos pano de marca, tênis, TV de led, doidera, vai dá pra levanta uma moeda, progresso! Foi desta forma que as coisas foram desencadeiando para um futuro triste e de sofrimento. Sem incentivo que motivou a falta de interesse, Marcos pensava que a escola era um atraso, então ainda adolecente começou a vender drogas. Peixe pequeno, traficante de dez gramas, logo se tornou usuário e não demorou pra virar dependente. Com a separação dos pais, e com o exemplo da cadeia da mãe e também do pai, ainda na adolecencia foi morar na rua, pegou o trecho. Saiu morando em várias cidades morando em albergues e pedindo esmolas nas ruas. As vezes sem tomar banho por vários dias, sem comer, mais sempre fumando lindo, é esse é o crack. Mundo da perdição, parece ter sido trazido pelas mãos do cão, é isso ai, a própria destruição. Dignidade, honestida, confiança, respeito, tudo perdido, lá nesta vida é cobra comendo cobra, humilhação, prostação, venerando a própria morte declarada ao sofrimento da degradação lenta e tenebrosa, clinica, cadeia, cemitério. Ele continua ali na quebrada, se deixar de meia em meia hora tá na biqueira pegando crack, dormindo na rua debaixo da marquize de alguma construção ou em terrenos baldios. Pede dinheiro no semáforo, todos os dias. Também pede alimentação que é facíl de trocar pela droga até então, os menores traficantes bonitões e os usuários na capa da costela, é, né brincadeira não. A coisa tá assim, molecada diz ser ruim, mais sabem de uma coisa, é tudo falta de amor e oportunidade. Já perguntei para varios e a resposta é uma só, "SE" pudesse, consegui-se, tivesse apoio, é claro, não queriam viver essa vida que não é nem a de cachorro. Humilhação nua e crua a todo instante, se prostituindo por trago, roubando, matando, se destruindo, me explica tem emoções e sentimentos que sobrevivem neste mundo?

Fica ai o único apelo: -Papai do céu, socorro!