Uma Causo de Morte
A tempos atrás em cidades do interior, quando falecia uma pessoa em sítios e lugarejos distantes as pessoas costumavam buscar caixões na cidade para o sepultamento, quando a pessoa era muito pobrezinha ali mesmo era feito, más quando a pessoa era dono de um sitio ou tinha um pouco mais de condições queriam um produto melhor.
Pedro possuía uma caminhonete, ele trabalhava na praça fazendo carretos, e quase sempre ia á cidade mais próxima que distava 80 km do lugarejo.
Naquele dia avisaram Pedro que o Coronel Altino tinha falecido e ele tinha que ir á cidade para buscar um caixão para o enterro do moribundo.
Pedro partiu para a jornada de praticamente 3 horas de ida e volta, a estrada era ruim cheia de buracos, sem asfalto, passava por muitas propriedades, até chegar a estrada principal que ficava a 50 km.
A viagem de ida correu tudo bem chegou dentro do horário previsto, e foi até a funerária, apresentou ao dono as medidas do Coronel e ainda mencionou que os parentes queriam um produto de primeira.
O dono foi ao depósito e pegou o melhor caixão que tinha, carregaram na caminhonete e estava para partir de volta ao vilarejo quando avista seu primo Juca na praça, este morava também no lugarejo e pede uma carona para Pedro.
Já viajavam por cerca de meia hora Juca dormia um sono profundo na cabine, quando na beira da estrada Pedro avista um rapaz pedindo carona, como isso ocorria com frequência Pedro estava acostumado pois poucos veículos circulavam pelo trajeto e as pessoas eram solidárias, Pedro parou o carro e avisou o rapaz olhe tem que subir na carroceria aqui na cabine não cabe, enquanto isso Juca seu primo continuava dormindo.
O rapaz subiu e seguiram viagem, já estavam a quarenta minutos viajando quando começa a chover, o tempo está frio venta muito, o rapaz na carroceria, pensa que frio danado acho que vou deitar nesse caixão, e deita e fecha a porta, com o barulhinho da chuva e aquecido o rapaz adormece.
Mais adiante uma moça na beira de estrada acenando e pedindo carona, Pedro acorda o primo, Juca você tem que subir na carroceria, eu não vou mandar a moça para lá.
Juca desce da cabine e sobe na carroceria resmungando tava tão quentinho lá na cabine, agora tenho que viajar nesse frio e ainda por cima com esse caixão. Na verdade Juca era muito medroso e o fato de estar junto de um caixão o assustava muito.
Durante a viagem começa a escurecer e Juca fica com mais medo ainda, sentindo um frio enorme e fica observando o caixão será que tem gente morta ai, o pensamento povoava sua mente e o medo aumentava, sua imaginação já lhe pregava peças.
Faltava uns 15 km para chegarem e de repente o rapaz acorda dentro do caixão e num movimento brusco levanta a tampa e exclama “Parou a chuva”, ele só pode sentir um vento e percebeu como um vulto sobrevoando.
Quando Pedro chegou ao povoado, desceu da caminhonete a moça também ele olhou para carroceria, e perguntou ao rapaz, onde esta meu primo Juca, que primo não vi ninguém, apenas um vulto e um vento, á alguns quilômetros atrás, Pedro descarrega a caminhonete com a ajuda do rapaz e retorna a procura de seu primo.
Na mata á beira da estrada encontra Juca todo embaralhado em um espinheiro, quando vê o rapaz ao lado de Pedro começa a gritar, “O defunto ressuscitou mesmo”, Pedro por sua vez não entende nada.