(Arquivo pessoal)
Coisas de Menino
"- Sai daí garoto!" Ele fingiu que não ouviu, continuou amarrando as perninhas finas da rã. Entretido com o nó de marinheiro que aprendeu com o seu irmão mais velho. Acreditou que desta vez, as danadas não iriam escapar.
Por cada rã capturada a Dona da Quitanda iria "pagar" com linhas de pipa, papel de seda, cola, bolas de gude, balas e até algumas vezes dava um "mineirinho"*, mas isso dependia do humor daquela senhora, sem contar que a fiada tinha que ser de rãs graúdas. Havia dias que a barganha era difícil, "Oh! mulherzinha dura na queda!" reclamava o menino. Concentrado no seu trabalho o garoto, dizia consigo "este nó tem que dar certo", essa certeza interna era motivada pelo desejo de trocar "meia dúzia das graúdas" pelo tabuleiro de jogo de botão que a Dona acabara de pendurar na porta do seu estabelecimento aquele dia.
Nota: