Assim serás tu, terás a força de uma formiga e a sabedoria de que provem de mim.
Senhor, sinto-me tão inferior... Olha para mim. Sou tão pequenino para viver em um universo tão grande e de tão grandes tumultos. Ando, mas não sei o caminho nem de casa. Olho para o céu e tento acreditar além das nuvens, mas apenas cai entre minha face a tempestade.
"Olha ao meu redor, está tudo alagado. Olha as goteiras caindo sobre meu sapato furado. Esses desafios constantes; vivo nessa maratona, e eu nem tenho biotipo pra correr.
"Esse tribunal que martela a qualquer passo errado que dou... São tantas cobranças, que me sinto a própria financeira."
O moço lamentou-se profundamente dos gritos constantes de sua alma, e Deus ouviu todas as suas palavras, e disse-lhe: "Filho meu, que por ti pararia o céu e moveria a terra apenas para te dizer o quanto eu o aprecio, eu ouvi tuas lamentações, eu sei de tudo. Por mais que sejam constante as aflições, tu vês que o estou preparando para uma missão? Tu és tão novo, e já sabes tanto da vida. Tu não vês que o usarei para falar às almas? Teus lábios me pertencem, irei ungi-los. Muitas almas comerão de tua boca; tuas palavras servirão como alimento.
"Estás vendo aquela formiguinha? O vento sobra ao contrário à direção por qual ela anda com seu alimento, mas, mesmo assim, ela não desiste. Mesmo quando o alimento cai, ela pega e volta a levar e suprir a sua comunidade. Assim serás tu, terás a força de uma formiga e a sabedoria de que provem de mim.
Renato F. Marques