A EDUCAÇÃO E A TECNOLOGIA TRES
“... mais que a Tecnologia, vale o Prazer que a Escola proporciona à criança...”
A exemplo do que ocorre nos meios de comunicação, a serviço da Sociedade de Consumo, uso o título acima. Acontece que um considerável número de leitores (fãs, discípulos, colegas, fregueses, adeptos, filhos, sei lá...), solicitaram que eu escrevesse sobre o uso de “Tablets” (Tecnologia) por crianças no início da adolescência, nas escolas. Quero deixar claro que não sou especialista no assunto. A experiência que tenho, adquirida nos 36 anos lecionando e dirigindo escolas, me dão simplesmente a coragem de emitir minha opinião.
Sobre o assunto acho que, de acordo com a Mídia, já houve certa evolução (foi encontrada uma caixa de fósforos dentro do túnel. Se alguém riscar um palito pode- se ver aí algum tipo de luz). Quando escrevi EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA UM, (oldackmendes.zip. net) na primeira quinzena de Novembro de 2 011, tratava ainda do uso desse recurso (tecnologia) como instrumento de controle do aluno pelos pais. Um cartão que, conectado ao celular dos pais, acusava a entrada do aluno na escola. Coisa de prisão de segurança máxima. De Educação não tinha nada. Na época eu disse: “Acredito que uma Escola de qualidade (Ficção?) precisaria de uma tecnologia que transformasse a Escola num Santuário de Prazer e Liberdade onde o conhecimento fosse a recompensa. Precisaríamos sim, até ofertar outras atividades para que ele, o aluno, por vontade própria, não ficasse tanto tempo na Escola. (oldack/05/11/011)".
Agora percebemos que já mudou o tom. Já ousam dizer que a tecnologia é apenas um instrumento facilitador na aquisição de conhecimento. Que o professor é um “mediador”. Isso ouvi, sem ninguém levar à prática, por mais de 30 anos. Planejamento era muito mais uma atividade burocrática exigida pela Direção da Escola que por sua vez atendia à Delegacia de Ensino, que por sua vez atendia... E assim por diante. Ainda estranhei o fato de continuarem contando com provas. Até parece que o aluno cometeu algum crime e tem de provar que não é um criminoso (ignorante). Percebe-se a incoerência na medida em que temos como instrumento uma tecnologia de ponta e o professor, “mediador”, que devia ser bem mais importante que o instrumento e só perdendo para o líder do processo que é o Educando, enfrentar um salário sujeito a uma economia de mercado e que ronda a vizinhança do salário mínimo. Sem contar com atribuição de aulas, processo estressante que parece a seleção de animais encaminhados aos matadouros. Só ficam os que têm mais peso. Supondo-se que conhecimento pode ser medido ou pesado. Outra incoerência, e não tenho a mínima ideia de como superá-la, são os valores sociais dados ao conhecimento. A Sociedade de Consumo sabe, porque tornam joguinhos, pobres em exigência de exercício intelectual, em verdadeiros campeões de procura pela juventude da era digital. A família instrumento poderosíssimo na criação de valores, está terceirizando a guarda dos filhos, pouco depois que deixam o útero materno.
Lamento, mas acho que não pude acrescentar muito àqueles leitores que esperavam uma panaceia deste humilde Educador. Espero apenas ter provocado um ruído na mente de cada cidadão e que parta para encontrar soluções urgentes.
Em tempo: Escolas empresas vão fazer demonstrações de malabarismo com os recursos tecnológicos para provar para a sociedade que têm qualidade diferenciada. E que podem tranquilamente ser melhores que seus concorrentes. (oldack/04/03/013).X
Nota do Revisor: Oldack, você é um sujeito privilegiado por ter idéias tão claras a respeito de diversos assuntos, principalmente Educação, e por saber expô-las com tanta elegância e clareza. Já lhe disse um dia que invejo-o e continuo cometendo este honroso pecado capital. Honroso para mim, creia, e não me venha dizer que a honra é sua porque eu realmente tenho o maior prazer em ler seus textos. Agora um recadinho extra: Dia 20 próximo ,quarta feira, estarei em Jaú para uma cirurgia de hérnia. Torça por meu sucesso. Réplica do Autor: Estaremos todos com você.