O FIM DO AMOR, DA VIDA, PELA MENTIRA!
Nos anos sessenta o Brasil vivia uma instabilidade política-administrativa, mas estava financeiramente estabilizado, ao menos era essa a impressão que os governantes passavam aos brasileiros. No Norte, duas cidades se destacavam, a primeira por ser a entrada nos rios Amazônicos e a segunda pela exportação da borracha.
As primeiras famílias que aceitaram o desafio de por ali viverem e desbravarem a floresta levando o desenvolvimento, ricas ficaram. Tudo por lá era difícil, quem conseguisse formar uma empresa e ter uma venda de produtos ou prestação de serviços de boa qualidade estava feito na vida, fatalmente acumularia riquezas.
Assim um velho português, montou seu seguimento empresarial no ramo de transporte local na cidade que escolhera para viver. Pai de cinco filhos, dentre eles três mulheres, juntamente com sua esposa, deram início ao negócio da família. Muito rígido, do tipo que acordava ainda na madrugada, com seu velho caderno de anotações não costumava perder nada, era tudo na ponta do lápis, fazia questão de tudo, mas nada queria que fosse dos outros.
Os filhos foram crescendo e também suas respectivas responsabilidades, a cada um era atribuída uma função, além de estudarem eram cobrados todos os dias pela matriarca da família. Naqueles anos não existiam várias escolas particulares, mas apenas duas: a dos padres e das freiras. As escolas públicas eram também poucas, mas notáveis, eram severas com quem às frequentavam.
Numa comemoração de semana da pátria, Júlio conheceu a jovem e bela Nancy, ela filha do rico empresário português e ele um jovem de família classe média, mas com uma determinação de ser alguém na vida de fazer inveja a qualquer Antônio Ermírio. Em pouco tempo já diziam aos colegas que eram namorados, mesmo seus pais não sabendo, naquela época uma coisa rara, já que em cidade pequena qualquer evento era sabido por todos.
O amor foi crescendo e junto com ele a vontade de Júlio em casar e ter filhos com sua amada, mas sabia que para isso teria que se dedicar e muito aos estudos. Mas para ele toda a dor de sofrimento pelos sonhos traçados não significavam nada, apenas mais um detalhe na sua tão almejada trajetória.
Depois de algum tempo, o pai de Nancy foi chamado por sua esposa e lhe foi contado do namoro e da vontade de Nancy em querer casar com seu fiel Júlio, o velho português deu aquela bronca, disse que outras coisas haviam a ser feitas e muito mais importantes que casar, que Nancy deveria estudar e cada vez mais se entregar aos negócios. Mas um dos irmãos interveio e terminou por convencer o velho pai.
O segundo filho, do velho português, um doce de pessoa e acostumado a lhe dar com o pai aos pouco o convenceu que era melhor deixar Nancy ser feliz e trazer seu amigo Júlio, para compor a família, falou das qualidades do futuro cunhado, da sua determinação, inteligência e tantos outros atributos que fossem necessários ao convencimento do seu velho pai. Uma vez convencido, que mal teria em ter mais um associado para compor com seus filhos a empresa e ver sua filha feliz? Não havia nenhum problema aparente, e assim aconteceu. Noivaram, casaram e foram morar numa casa comprada pelos pais de ambos e viviam felizes.
Júlio queria ser médico, dizia que admirava em muito a família da esposa, mas que infelizmente ele queria salvar vidas, e dar aos seus filhos uma vida mais tranquila e segura. Nancy por sua vez concordava, porém, o velho português dizia que aquilo era besteira, que médico tinha era muita dor de cabeça, que não tinha paz, teria que trabalhar todos os dias e ainda ter que atender, se fosse o caso, até pela madrugada, que por tudo isso a melhor coisa era Júlio se dedicar junto com sua esposa à empresa que depois de sua morte seria herdada por eles.
Júlio não aceitava tais argumentos, dizia que havia estudado e continuaria seus estudos para ser gente, por sua própria capacidade técnica e não por herdar nada de ninguém. Como pode-se notar, além do orgulho de Júlio e sua hombridade, ele queria sua independência, pois além da cidade ser pequena e ter que ouvir que havia dado um “golpe no sogro”, queria mostrar que não era nada daquilo que falavam, que ele seria “gente” por seus próprios méritos.
Júlio ainda na faculdade e, depois de muita pressão da esposa, terminou por aceitar participar da empresa do sogro, mas não como empregado, aceitou um caminhão para fazer transportes, ele mesmo queria dirigir e havia traçado um plano para em pouco tempo pagar o caminhão ao sogro e contratar um motorista para trabalhar, poderia continuar seus estudos e ainda ter uma renda despreocupado.
Após dezoito meses, Júlio quitou o caminhão, e num dos almoços da família apresentou todas as notas promissórias ao sogro e pediu que o mesmo lhe entregasse o documento de transferência assinado já que o veículo estava em nome da empresa. Agradeceu ao sogro, fez um breve discurso, foi elogiado pelos cunhados, pela sogra e esposa. O sogro recebeu os papéis e disse que logo lhe entregaria seu documento, e perguntou o que ele iria fazer, se continuaria da mesma forma, na empresa, ou tinha outros planos.
Como já disse certa vez, o segredo é a alma do negócio. Júlio na sua inocência proferiu a seguinte resposta ao sogro: “sou muito grato ao senhor, mas decidi constituir minha própria empresa, num seguimento ainda não explorado pelo senhor, a qual se chamará Júlio & Nancy – transportes.”
O velho português quase enfartou, ficou vermelho, branco, engasgou, ficou ofegante e foi amparado pela esposa que percebeu o mal estar que Júlio havia causado. Como o patriarca não deixava nada barato retrucou dizendo: “quer dizer que te ajudo e você vai ser meu concorrente? Você tá louco? E virando-se para Nancy continuou: e você? Me traindo, seu próprio pai, quem foi que te ensinou isso? Foi a companhia desse cafajeste? O almoçou acabou aí, virou uma choradeira na mesa, as crianças também foram afetadas pela discussão, foi a única vez que o velho português foi afrontado dentro da sua casa e na hora da sagrada refeição.”
Nancy pegou o marido pelo braço e foram embora, a situação ficou horrível, mas somente o tempo poderia curar aquela ferida aberta, ou talvez não. Passados alguns dias Nancy procura sua mãe e diz que estava tentando convencer seu amado Júlio a desistir de montar a tal empresa, e continuar junto com a família, mas estava difícil, o marido por ser orgulhoso e sonhador não se via como um empregado ou comandado pelo sogro. O casamento de Nancy começou a ficar insustentável, em virtude das cobranças da mãe e do pai.
Passados noventa dias, a situação mais calma, Júlio continuava estudando, o caminhão continuava trabalhando na empresa do sogro, os cunhados contornando a situação e tudo indicava que haveria uma nova recomposição familiar, mas em virtude do acontecido Júlio começou a beber, talvez para fugir do problema que era tão fácil de resolver, bastava que ele cedesse aos pedidos de todos, e logo todos estariam sorrindo. Considerando a idade avançada do sogro, que talvez tivesse ainda uns dez anos de vida, que mal teria em viver mais alguns anos e depois ter sua “liberdade” tão desejada.
Mas o inimigo oculto sempre está atento, esperando o mínimo de brecha para agir. Numa tarde, Júlio foi a um tradicional local da cidade e encontrou com alguns amigos, era uma tradição comerem um sanduíche de pernil com uma cerveja gelada, quem gostava, outros preferiam o sanduiche e um delicioso suco de maracujá, era a especialidade da casa. Júlio chegou e pediu o sanduíche e uma cerveja o que foi notado por todos, e em tom de brincadeira falaram que ele devia ter problemas, pois não era acostumado a beber cerveja. Júlio fez de conta que nem ouviu, mas um dos amigos lhe fez a seguinte afirmativa: “rapaz eu não tenho nada com isso, mas o seu cunhado falou lá na praça que você é um traidor, que pensa que vai se dar bem, mas vai é se ferrar, porque o pai dele jamais vai te dar documento algum, que você é um trapaceiro.”
Nossa! Aquela afirmação tirou Júlio literalmente do sério, ficou tremendo, chegando a tomar a cerveja de um só gole, foi demais pra um ser que havia dado seu suor para pagar e honrar um dívida. Mais conversas vieram durante o bate-papo, levando Júlio a chegar em casa carregado pelos amigos, pois bebeu tanto que não conseguia ficar em pé.
No dia seguinte Júlio sequer saiu de casa, ficou doente, tanto psicologicamente falando como do fígado, estava morto. Passou o dia deitado, tomando todos os chás que pudessem ajudá-lo a melhorar e esquecer aquela conversa do dia anterior.
Infelizmente, Júlio por acreditar que seria engando pelo sogro, decidiu tomar uma violenta atitude, conseguiu uma arma, várias balas, e disse pra esposa que queria no domingo participar do almoço com a família, queria pedir perdão por tudo. Mas na verdade a decisão era outra, ou ele receberia seu documento ou acabaria com tudo, inclusive com a própria vida. A esposa inocente, falou pra sua mãe do pedido de Júlio, e ambas estavam felizes, pois assim a família continuaria unida e cada vez mais rica.
Chegado o dia, Júlio se posicionou na mesa, próximo do sogro e assim que terminou a oração o sogro perguntou se Júlio queria falar algo? Ele respondeu que sim, que iria lhe fazer uma pergunta: “se era verdade que ele não lhe entregaria o documento do caminhão?” O sogro respondeu que outra hora falariam sobre o assunto, então, Júlio entendeu que eram verdadeiras as afirmativas do seu amigo e sacando a arma que trazia escondida disse que se não recebesse o documento naquele instante ele mataria todos que estavam ali e depois tiraria sua vida! Foi um alvoroço, quando por infelicidade o cunhado mais velho tentou lhe conter, mas não conseguiu, e o tiroteio começou, foram várias mortes, inclusive a de Júlio, uma tragédia na cidade que marcou a fim da tão bem sucedida família.
Depois de alguns meses se descobriu toda essa história, inclusive a mentira proferida pelo tal “amigo”. E assim aconteceu o dia em que e mentira destruiu várias vidas.
Nos anos sessenta o Brasil vivia uma instabilidade política-administrativa, mas estava financeiramente estabilizado, ao menos era essa a impressão que os governantes passavam aos brasileiros. No Norte, duas cidades se destacavam, a primeira por ser a entrada nos rios Amazônicos e a segunda pela exportação da borracha.
As primeiras famílias que aceitaram o desafio de por ali viverem e desbravarem a floresta levando o desenvolvimento, ricas ficaram. Tudo por lá era difícil, quem conseguisse formar uma empresa e ter uma venda de produtos ou prestação de serviços de boa qualidade estava feito na vida, fatalmente acumularia riquezas.
Assim um velho português, montou seu seguimento empresarial no ramo de transporte local na cidade que escolhera para viver. Pai de cinco filhos, dentre eles três mulheres, juntamente com sua esposa, deram início ao negócio da família. Muito rígido, do tipo que acordava ainda na madrugada, com seu velho caderno de anotações não costumava perder nada, era tudo na ponta do lápis, fazia questão de tudo, mas nada queria que fosse dos outros.
Os filhos foram crescendo e também suas respectivas responsabilidades, a cada um era atribuída uma função, além de estudarem eram cobrados todos os dias pela matriarca da família. Naqueles anos não existiam várias escolas particulares, mas apenas duas: a dos padres e das freiras. As escolas públicas eram também poucas, mas notáveis, eram severas com quem às frequentavam.
Numa comemoração de semana da pátria, Júlio conheceu a jovem e bela Nancy, ela filha do rico empresário português e ele um jovem de família classe média, mas com uma determinação de ser alguém na vida de fazer inveja a qualquer Antônio Ermírio. Em pouco tempo já diziam aos colegas que eram namorados, mesmo seus pais não sabendo, naquela época uma coisa rara, já que em cidade pequena qualquer evento era sabido por todos.
O amor foi crescendo e junto com ele a vontade de Júlio em casar e ter filhos com sua amada, mas sabia que para isso teria que se dedicar e muito aos estudos. Mas para ele toda a dor de sofrimento pelos sonhos traçados não significavam nada, apenas mais um detalhe na sua tão almejada trajetória.
Depois de algum tempo, o pai de Nancy foi chamado por sua esposa e lhe foi contado do namoro e da vontade de Nancy em querer casar com seu fiel Júlio, o velho português deu aquela bronca, disse que outras coisas haviam a ser feitas e muito mais importantes que casar, que Nancy deveria estudar e cada vez mais se entregar aos negócios. Mas um dos irmãos interveio e terminou por convencer o velho pai.
O segundo filho, do velho português, um doce de pessoa e acostumado a lhe dar com o pai aos pouco o convenceu que era melhor deixar Nancy ser feliz e trazer seu amigo Júlio, para compor a família, falou das qualidades do futuro cunhado, da sua determinação, inteligência e tantos outros atributos que fossem necessários ao convencimento do seu velho pai. Uma vez convencido, que mal teria em ter mais um associado para compor com seus filhos a empresa e ver sua filha feliz? Não havia nenhum problema aparente, e assim aconteceu. Noivaram, casaram e foram morar numa casa comprada pelos pais de ambos e viviam felizes.
Júlio queria ser médico, dizia que admirava em muito a família da esposa, mas que infelizmente ele queria salvar vidas, e dar aos seus filhos uma vida mais tranquila e segura. Nancy por sua vez concordava, porém, o velho português dizia que aquilo era besteira, que médico tinha era muita dor de cabeça, que não tinha paz, teria que trabalhar todos os dias e ainda ter que atender, se fosse o caso, até pela madrugada, que por tudo isso a melhor coisa era Júlio se dedicar junto com sua esposa à empresa que depois de sua morte seria herdada por eles.
Júlio não aceitava tais argumentos, dizia que havia estudado e continuaria seus estudos para ser gente, por sua própria capacidade técnica e não por herdar nada de ninguém. Como pode-se notar, além do orgulho de Júlio e sua hombridade, ele queria sua independência, pois além da cidade ser pequena e ter que ouvir que havia dado um “golpe no sogro”, queria mostrar que não era nada daquilo que falavam, que ele seria “gente” por seus próprios méritos.
Júlio ainda na faculdade e, depois de muita pressão da esposa, terminou por aceitar participar da empresa do sogro, mas não como empregado, aceitou um caminhão para fazer transportes, ele mesmo queria dirigir e havia traçado um plano para em pouco tempo pagar o caminhão ao sogro e contratar um motorista para trabalhar, poderia continuar seus estudos e ainda ter uma renda despreocupado.
Após dezoito meses, Júlio quitou o caminhão, e num dos almoços da família apresentou todas as notas promissórias ao sogro e pediu que o mesmo lhe entregasse o documento de transferência assinado já que o veículo estava em nome da empresa. Agradeceu ao sogro, fez um breve discurso, foi elogiado pelos cunhados, pela sogra e esposa. O sogro recebeu os papéis e disse que logo lhe entregaria seu documento, e perguntou o que ele iria fazer, se continuaria da mesma forma, na empresa, ou tinha outros planos.
Como já disse certa vez, o segredo é a alma do negócio. Júlio na sua inocência proferiu a seguinte resposta ao sogro: “sou muito grato ao senhor, mas decidi constituir minha própria empresa, num seguimento ainda não explorado pelo senhor, a qual se chamará Júlio & Nancy – transportes.”
O velho português quase enfartou, ficou vermelho, branco, engasgou, ficou ofegante e foi amparado pela esposa que percebeu o mal estar que Júlio havia causado. Como o patriarca não deixava nada barato retrucou dizendo: “quer dizer que te ajudo e você vai ser meu concorrente? Você tá louco? E virando-se para Nancy continuou: e você? Me traindo, seu próprio pai, quem foi que te ensinou isso? Foi a companhia desse cafajeste? O almoçou acabou aí, virou uma choradeira na mesa, as crianças também foram afetadas pela discussão, foi a única vez que o velho português foi afrontado dentro da sua casa e na hora da sagrada refeição.”
Nancy pegou o marido pelo braço e foram embora, a situação ficou horrível, mas somente o tempo poderia curar aquela ferida aberta, ou talvez não. Passados alguns dias Nancy procura sua mãe e diz que estava tentando convencer seu amado Júlio a desistir de montar a tal empresa, e continuar junto com a família, mas estava difícil, o marido por ser orgulhoso e sonhador não se via como um empregado ou comandado pelo sogro. O casamento de Nancy começou a ficar insustentável, em virtude das cobranças da mãe e do pai.
Passados noventa dias, a situação mais calma, Júlio continuava estudando, o caminhão continuava trabalhando na empresa do sogro, os cunhados contornando a situação e tudo indicava que haveria uma nova recomposição familiar, mas em virtude do acontecido Júlio começou a beber, talvez para fugir do problema que era tão fácil de resolver, bastava que ele cedesse aos pedidos de todos, e logo todos estariam sorrindo. Considerando a idade avançada do sogro, que talvez tivesse ainda uns dez anos de vida, que mal teria em viver mais alguns anos e depois ter sua “liberdade” tão desejada.
Mas o inimigo oculto sempre está atento, esperando o mínimo de brecha para agir. Numa tarde, Júlio foi a um tradicional local da cidade e encontrou com alguns amigos, era uma tradição comerem um sanduíche de pernil com uma cerveja gelada, quem gostava, outros preferiam o sanduiche e um delicioso suco de maracujá, era a especialidade da casa. Júlio chegou e pediu o sanduíche e uma cerveja o que foi notado por todos, e em tom de brincadeira falaram que ele devia ter problemas, pois não era acostumado a beber cerveja. Júlio fez de conta que nem ouviu, mas um dos amigos lhe fez a seguinte afirmativa: “rapaz eu não tenho nada com isso, mas o seu cunhado falou lá na praça que você é um traidor, que pensa que vai se dar bem, mas vai é se ferrar, porque o pai dele jamais vai te dar documento algum, que você é um trapaceiro.”
Nossa! Aquela afirmação tirou Júlio literalmente do sério, ficou tremendo, chegando a tomar a cerveja de um só gole, foi demais pra um ser que havia dado seu suor para pagar e honrar um dívida. Mais conversas vieram durante o bate-papo, levando Júlio a chegar em casa carregado pelos amigos, pois bebeu tanto que não conseguia ficar em pé.
No dia seguinte Júlio sequer saiu de casa, ficou doente, tanto psicologicamente falando como do fígado, estava morto. Passou o dia deitado, tomando todos os chás que pudessem ajudá-lo a melhorar e esquecer aquela conversa do dia anterior.
Infelizmente, Júlio por acreditar que seria engando pelo sogro, decidiu tomar uma violenta atitude, conseguiu uma arma, várias balas, e disse pra esposa que queria no domingo participar do almoço com a família, queria pedir perdão por tudo. Mas na verdade a decisão era outra, ou ele receberia seu documento ou acabaria com tudo, inclusive com a própria vida. A esposa inocente, falou pra sua mãe do pedido de Júlio, e ambas estavam felizes, pois assim a família continuaria unida e cada vez mais rica.
Chegado o dia, Júlio se posicionou na mesa, próximo do sogro e assim que terminou a oração o sogro perguntou se Júlio queria falar algo? Ele respondeu que sim, que iria lhe fazer uma pergunta: “se era verdade que ele não lhe entregaria o documento do caminhão?” O sogro respondeu que outra hora falariam sobre o assunto, então, Júlio entendeu que eram verdadeiras as afirmativas do seu amigo e sacando a arma que trazia escondida disse que se não recebesse o documento naquele instante ele mataria todos que estavam ali e depois tiraria sua vida! Foi um alvoroço, quando por infelicidade o cunhado mais velho tentou lhe conter, mas não conseguiu, e o tiroteio começou, foram várias mortes, inclusive a de Júlio, uma tragédia na cidade que marcou a fim da tão bem sucedida família.
Depois de alguns meses se descobriu toda essa história, inclusive a mentira proferida pelo tal “amigo”. E assim aconteceu o dia em que e mentira destruiu várias vidas.