Médico Naval
MÉDICO NAVAL
O ano de 1982, marcava meu ingresso no corpo Médico da marinha do Brasil, estava servindo no Hospital Naval de Belém. Durante o treinamento, era sempre o último nas em corridas, natação, e ao final, apresentava com quadro de lipotimia (– desmaios), após os mesmos. Já vivia acabrunhado pelo mal desempenho nos exercícios físicos. Meu amigo Pituca, odontólogo, nadador profissional, sempre me salvou na piscina do Quarto IV Distrito Naval, era um desastre no aspecto físico. O capitão Gonzalez, responsável por nosso treinamento sempre ficava no meu pé, vamos Ubirajara, deixa de moleza.
Havia um amigo, Pituca, odontólogo, nadador profissional, que sempre me salvava na piscina do Quarto IV Distrito Naval. Eu era um desastre no aspecto físico. O Capitão Gonzalez, responsável por nosso treinamento sempre ficava no meu pé:
- – Vamos Ubirajara, deixe de moleza! Tu não és macho,? vamos.... corridinha mixuruca que não dá nem para cansar.
- Corridinha mixuruca que não dá nem pra cansar......
Uma noite, após uma crise de choro convulsivo, tomei uma decisão, contrataria um personal trainer!!!!!!! Aproximava-se a prova de aptidão física, a frustração era constante e Tim foi meu anjo da guarda naquela época, Nos fins de semana, corri vários quilômetros da terra das mangueiras, fiz vários exercícios, desmaiei, vomitei.......... A verdade é que a formação recebida ao longo de minha vida fora sempre sobre livros e mais livros, intelectual somente. Eu até gostava de futebol, era o meu esporte predileto, mas caía ao menor contato com a bola. Riam de mim. Esqueci-me do aspecto físico.
Minha formação por toda minha vida havia sido sobre livros, livros, intelectual, esquecera o aspecto físico.....
O jogo de futebol era meu esporte predileto, mas caia ao menor contato com a bola, riam de mim. A frustração era constante, pois aproximava – se prova de aptidão física.....
Tim me instruíra.
“Não vá forte no inicio início da prova da corrida, deixe os outros se afastarem e .....”
O dia da prova tinha chegado, estava agitado, mas com uma determinação de leão,: era necessário correr, nadar etc...
Quando cheguei ao campo das provas, as piadas começaram.
– Olha, Bira, se tu caíres, eu não vou poder ti te carregar, disse – - me o pituca, ahahahahahahah.......
“Coitado do Bira, desta ele não escapa”, falou outro, “ahahahahahaha....”
O Captitão Capitão Gonzalez me disse:
“Ubirajara, um homem tem de ter amor próprio,. acredite em você,.
Não sei se foi por consolo, mas valeu por uma vida inteira.
A formação de todos, o apito, a corrida começara,. conforme havia planejado com Tim, deixei que todos me ultrapassassem, um a um, com sorrisos de vitória nos lábios. Quando faltava a metade da prova, comecei a cantar: “Corridinha mixuruca que não dá nem pra cansar. Eu vou dar a volta ao mundo, eu vou dar.”
Minhas pernas tomaram o trote dos vencedores,: pouco a pouco, ultrapassei meus colegas!
– Não acredito, é o Bira!!!, pasmo, falava um.
“Atenção, turma, tem que acompanhar o ritmo do Bira!, bradou o Capitão Gonzalez, impressionado e ao mesmo tempo feliz, postando– - se ao meu lado.”
“ Bira, desgraçado, tu vais matar a gente, diminui o ritmo.”
– O que foi que este peste tomou? perguntaram outros.
Vergonha, respondi,. Fiz a prova com louvor, tinha asas nas pernas. Meus colegas ofegantes, alguns quase desmaiados, não acreditavam no que tinha acontecido, havia vencido meus próprios limites. Havia nascido naquele dia um novo homem, Bira versus 82.