ENCONTRO POR ACASO


    Às cinco horas da tarde o Srº Juca e o Sr.º Marcos, costumam sentar em um pequeno banco na praça central da cidade onde eles se conheceram. A amizade, que já tem 50 anos de existência, sempre foi motivo de orgulho para ambos e principalmente para suas famílias. A peculiar forma que estes dois primos se conheceram, ainda hoje emociona quando lembrada.


                                                 O ENCONTRO


   Marcos, mas conhecido por Marquinhos, é um garoto extremamente esperto. Sua inteligência sempre o ajudou a se sobressair em momentos complicados em sua vida, principalmente em sua vida escolar. Marquinhos, garoto comum, com seu cabelo loirinho, cacheado, rosto pontudo e olhos arregalados como bolinhas de gude, possui um grande amigo, Juquinha. O Juquinha, com seu rosto oval, suas bochechas rosadas e fofinhas , cabelos pretinhos como a noite, sempre marcou presença na vida de Marquinhos. Os garotos são inseparáveis. Sempre brincam juntos, vão à todos os lugares juntos e claro, estudam na mesma sala de aula. O trajeto dos garotos até a escola onde estudavam era sempre o mesmo, passavam todos os dias pelas mesmas ruas e pela famosa ponte de sua cidadezinha, Vila Clara. Esta ponte sempre foi um lugar comum, porem certo dia, algo de novo aparece lá, e esta "coisa" muda para sempre a vida de Juquinha. Juquinha vê com muito cuidado, ao longe, sentado a beira desta ponte, um garoto maltrapilho. O mesmo pedia esmola aos estudantes e pessoas que por ali passavam. Juquinha sempre foi muito receoso e seguia ao pé da letra as normas que a mãe dele, Dona Tereza, ensinava: “NUNCA FALE COM PESSOAS ESTRANHAS “. Todos os dias ao passar e ver este garoto, Juquinha e Marquinhos sentiam dó, tanto que às vezes Marquinhos chamava Juquinha pra ir lá, até o pobre garoto, ajudá-lo, dá uma esmola, mas Juquinha tinha medo. Um dia não agüentando mais, Marquinhos vai até o garoto maltrapilho, chega lá e tira do bolso alguns centavos, estende a mão e diz:

            - Sei que não é muito, mas é o que posso te dá!

  O pobre garoto recebe o dinheiro e logo em seguida diz seu nome:

            - Me chamo Pedro, obrigado!.

   Juquinha não tendo alternativa segue os passos do amigo Marquinhos e faz o mesmo, tira de seu bolso uma parte do dinheiro do lanche, e dá ao garoto. E assim, sem que Pedro ou Juquinha desconfiem, a historia de vida deles e do novo amigo, começa a mudar.



                                       A HISTÓRIA DE PEDRO

   Pedro, garoto de cabelos escuros, ondulados, rosto oval e empalidecido pelas necessidades da vida, tem olhos esverdeados e brilhantes, reluzentes como um amanhecer. Aos 9 anos de idade perdeu seus pais em um incêndio, toda sua casa e passado foram destruídos, assim como seus pais, neste terrível incêndio. Ao lembra daquela triste noite, as lágrimas descem no rosto de Pedro. Os pais de Pedro viviam isolados de toda a família, pois a família de ambos, não aceitavam a união do casal. Fugiram e foram morar em uma cidade bem distante da que viveram e se conheceram, e desta união nasce assim, o Pedro. O jovem garoto, Pedro , sempre achou estranho não ter tios, avós e primos...Os pais sempre davam desculpas quando ele perguntava algo sobre a família deles. E assim o garoto nunca soube quem de fato eram seus parentes paternos e maternos.


                               JUQUINHA, MARQUINHOS E PEDRO.

   Os três garotos sempre conversavam, tanto no trajeto de ida, quanto no de volta da escola de Juquinha e Marquinhos. Um dia Pedro contou toda a história aos seus amigos, e Juquinha ficou intrigado com a semelhança de fatos entre a historia dos pais de Pedro e dos tios que haviam fugido. A mãe de Juquinha sempre contou esta historia pra ele, e quando contava sempre chorava, pois sofria muito sem saber o paradeiro de sua irmã.

Continua.......

Observação: A narrativa deste conto segue um padrão invidual do escritor.

Gil Fernandes
Gildênio Assis
Enviado por Gildênio Assis em 19/03/2007
Reeditado em 22/04/2007
Código do texto: T418501
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