Patrício: sólido, líquido e difícil.
Patrício era sereno como a madrugada. A tez saturada não o parecia, mas Patrício era mesmo sereno. Tinha os olhos acinzentados como o vapor atmosférico da noite, o ego nevoado, e o coração no relento.
Patrício era incomum ao afeto, tinha apatia aos casais e subversão ao tempo, que apagou-lhe as lembranças mais vinis, e conservou as mais moças - não tão formosas quanto as moças.
Patrício sofrera por abstinência, asbsteve o pulsar do peito, o pôr e nascer do sol. Era um sujeito dedicado, bebeu da vida o que pôde, e cada dose dedicou ao seu diploma de doutor.
E numa última dedicação à morte, Patrício Era.
Morreu na névoa da iminência, esperando o degelo do amor.