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Dorvalina, o marido e seus cinco filhos saíram de sua terra fugindo da seca. Onde moravam já tinha morrido o gado e a plantação por falta de chuvas. Juca morreu no meio do caminho, foi picado por cascavel, pego de surpresa. A cobra estava enrodilhada numa moita perto de um corginho onde ele foi encher a cabaça de água para os filhos com sede. Ali mesmo, na beira do rio ficou sepultado.
Sozinha, a mulher perambulou com a filharada de fazenda em fazenda. Trabalhava em troca de comida, mas pouca gente empregava alguém com tantas bocas para alimentar. Nunca ficou mais de uma semana em cada lugar. Até que um dia foi parar nas terras de Dona Tertuliana Silveira. Viúva de meia idade, má e sovina. Quando se dirigia aos criados era aos berros. Só tratava bem ao filho Alfredo, rapaz de boa índole, seu braço direito na fazenda. A mulher viu na pessoa de Dorvalina muita utilidade, além de trabalhadeira era humilde e sem dúvida suportaria seu azedume.
Apesar de magrinha, maltratada pela vida Dorvalina dava conta de todo o serviço. Torrava farinha, fazia polvilho, sabão, socava arroz e café no pilão e ainda cuidava da cozinha, fazendo as quitandas para alimentar a peonada. No entanto, a patroa não deixava que levasse para casa nem as sobras de comida, preferia jogar aos cães. Tertuliana não queria ter despesas com filhos dos outros. Dizia que a presença deles estorvava o serviço. Irritava-se profundamente quando via o pequeno tentando colocar a cabeça debaixo do braço da mãe, procurando o peito para saciar a fome enquanto esta trabalhava.
A megera cada dia mais mesquinha, proibiu Dorvalina de trazer os filhos até a fazenda, desde o dia em que a viu em cima de uma laranjeira apanhando frutas para as crianças. Com um pedaço de bambu derrubou-a lá de cima fazendo com que se machucasse nos espinhos durante a queda. Sem alternativa a mãe encontrou só uma maneira de alimentar os filhos. Sempre amassava os biscoitos, pães e broas de fubá, antes de ir para casa. Assim com os restos de massa nas mãos, ao chegar ao ranchinho fazia um mingau para que as crianças não dormissem com fome.
Dorvalina, o marido e seus cinco filhos saíram de sua terra fugindo da seca. Onde moravam já tinha morrido o gado e a plantação por falta de chuvas. Juca morreu no meio do caminho, foi picado por cascavel, pego de surpresa. A cobra estava enrodilhada numa moita perto de um corginho onde ele foi encher a cabaça de água para os filhos com sede. Ali mesmo, na beira do rio ficou sepultado.
Sozinha, a mulher perambulou com a filharada de fazenda em fazenda. Trabalhava em troca de comida, mas pouca gente empregava alguém com tantas bocas para alimentar. Nunca ficou mais de uma semana em cada lugar. Até que um dia foi parar nas terras de Dona Tertuliana Silveira. Viúva de meia idade, má e sovina. Quando se dirigia aos criados era aos berros. Só tratava bem ao filho Alfredo, rapaz de boa índole, seu braço direito na fazenda. A mulher viu na pessoa de Dorvalina muita utilidade, além de trabalhadeira era humilde e sem dúvida suportaria seu azedume.
Apesar de magrinha, maltratada pela vida Dorvalina dava conta de todo o serviço. Torrava farinha, fazia polvilho, sabão, socava arroz e café no pilão e ainda cuidava da cozinha, fazendo as quitandas para alimentar a peonada. No entanto, a patroa não deixava que levasse para casa nem as sobras de comida, preferia jogar aos cães. Tertuliana não queria ter despesas com filhos dos outros. Dizia que a presença deles estorvava o serviço. Irritava-se profundamente quando via o pequeno tentando colocar a cabeça debaixo do braço da mãe, procurando o peito para saciar a fome enquanto esta trabalhava.
A megera cada dia mais mesquinha, proibiu Dorvalina de trazer os filhos até a fazenda, desde o dia em que a viu em cima de uma laranjeira apanhando frutas para as crianças. Com um pedaço de bambu derrubou-a lá de cima fazendo com que se machucasse nos espinhos durante a queda. Sem alternativa a mãe encontrou só uma maneira de alimentar os filhos. Sempre amassava os biscoitos, pães e broas de fubá, antes de ir para casa. Assim com os restos de massa nas mãos, ao chegar ao ranchinho fazia um mingau para que as crianças não dormissem com fome.
A maldade de Tertuliana piorava... Querendo acabar de vez com seu problema, certa noite ela bateu um bolo de fubá, colocou na massa boas colheradas de um formicida, veneno tão forte que derrubaria um boi. Satisfeita pensou consigo mesma: “agora aquela cambadinha de flagelados, me paga!”. No outro dia quando a criada saía com a massa nas mãos, a patroa a chamou de volta:
-Dorvalina lave as mãos!
-Dona Tertuliana eu não estou roubando nada, juro. Só levo a massa que fica entre os dedos.
- Não precisa mais fazer isso! Toma esse bolo que eu mesma fiz e leva para os seus meninos comerem. Nunca mais passarão fome.
Agradecida, a empregada beijou as mãos da patroa e correu para casa com o alimento dos filhos. Ao chegar encontrou-os entretidos na mangueira. Resistiu à tentação de comer uma fatia ali sozinha. Serviria o bolo na hora da janta. Já ia guardar quando ouviu tropel de um cavalo. Era o Alfredo que vinha do pasto, onde campeava um boi sumido. O moço pediu água e ao ver o bolo sobre o fogão disse que tinha fome e pediu um pedaço. Dorvalina cortou uma fatia generosa e enquanto o filho da patroa comia, ela contou-lhe que o bolo fora presente da patroa, sua mãe...
Anoitecia quando Tertuliana ouviu os gritos, o choro e o desespero de Dorvalina... Com um sorriso malévolo nos lábios, ajeitou os cabelos e a roupa. Desceu as escadas com a certeza que seu objetivo fora alcançado...Se tivesse olhado pela janela do quarto teria visto a empregada aos prantos correndo em direção à casa grande puxando o cavalo de Alfredo.
*Aconteceu em Goiás...Minha amiga Meire Boni, aqui do Recanto, pediu que eu escrevesse.
Obrigada Meire. Volte logo a publicar os seus contos.