História de dois amigos incomum, Tião Secreto e Mocotó.

História de dois amigos incomum, Tião Secreto e Mocotó.

História imaginável do osnofa

Este causo aconteceu de verdade, o sujeito morava na Rua Xavante no Bairro da Piedade e gostava de ficar proseando com os amigos aposentados na Praça Antônio Cinerelo; há dois dias que o danado havia saído do hospital Manezinho de Itaúna onde passou por uma cirurgia de hérnia e o Zé Mané como vou chama-lo se achava restabelecido, acordou cedo foi ao açougue do meu amigo Fernandinho Pio, comprou lá os ingredientes para fazer uma boa feijoada e em casa pediu à mulher que caprichasse na iguaria, pois hoje queria tirar a barriga da miséria. A esposa mais ignorante de que o Zé Mané tratou logo de fazer o prato desejado. Segundo o Jornalista Sebastião Nogueira Gomide, que apelidou o Bairro da Piedade de “Bucólico” devido o alto índices de brigas de casais, lugar nada bucólico, lá a mulherada entrava no couro, o Jornal Folha do Oeste criou uma coluna no seu semanário, intitulado “marido da semana com direito a medalha de honra ao mérito”, entendeu porque a mulher do Zé Mané tratou logo de fazer a feijoada para o marido guloso. Se você quer saber mais e quais foram os maridos da semana no Bucólico Bairro do Serrado é só consultar os anais do Jornal Folha do Oeste, do meu amigo jornalista Sebastião Nogueira Gomide.

Assim que o Zé Mané acabou de degustar a deliciosa feijoada caseira que sua esposa sabia fazer tão bem e encher a barriga até o talo, o mesmo resolveu ir ao centro da cidade a pé, uma caminhada de vinte minutos com certeza daria pra fazer o quilo. Por volta das duas horas da tarde o Zé chegou suando e bufando na oficina de bicicletas do conhecido Mocotó que nas horas vagas juntamente com o amigo inseparável Tião Secreto eram Comissário de Menores. Pra quem não sabe a oficina de bicicletas do Mocotó ficava ali na esquina da Rua Antônio de Matos com Josias Machado, pra que você não tenha dúvidas do endereço, a oficina ficava depois da Padaria do Ciri ali onde é hoje a loja Camargos Móveis. De repente: um barulho alto e forte mais parecia um tiro a queima roupa, Tião Secreto e Mocotó sempre atento correram na esquina da Antônio de Matos pra ver o que estava acontecendo, tudo parecia tranquilo, apenas três carros parado na rua, o carro do médico Dr. Ademar, a camionete de som do Sindicato Metalúrgico e a Kombi da padaria do Zé Brotinho. A rua estava extremamente bucólica, mas os ares, não era mais o mesmo, urubus por toda a banda rabiscavam o céu em busca da tão carniça anunciada. Foi aí que os amigos se deram conta do que estava acontecendo, o Zé Mané estrebuchava assentado num velho sofá.

Deus nos acuda é pouco, Secreto e Mocotó mais que depressa saíram correndo em busca de ajuda, andaram mais depressa do que a tico net e foram mais perfeitos do que o Windows 8 da MarcSoft. Ainda assustados vieram até a oficina no micro ônibus do amigo Butão que sempre estacionava ali na Praça da matriz pra fazer uns bicos, tudo parecia muito simples, levar um amigo até o hospital. Quando o Butão deu de cara com o fato e reparou o tamanho do estrago, tratou logo de pedir ajuda aos orixás: valei-me meu caboclo d’água, minha mãe Iemanjá rainha das águas, meu Preto Velho me acode e olhando para os céus assustado com tanto urubu, apelou para o Santo do cerrado nordestino, Padrinho Padre Cícero, com a força de tantos santos a coragem destes homens dobraram e logo deram um jeito de carregar o Zé Mané pra dentro da Jardineira e mais que depressa seguiram rumo ao hospital Manezinho de Itaúna, desceram a rua Josias Machado, entraram na Afonso Pena, pegaram a Silva Jardim e entraram na Av. Magalhães Pinto pra ir até o Hospital. Como se vê o caminho era longo e o cheiro estava cada vez mais insuportável, os três amigos usavam pegador de roupa no nariz para suportar o mau cheiro. Quase chegando ao destino deram uma paradinha no posto de gasolina que fica no caminho e deram um jeito de lavar toda a sujeira, o mau cheiro era tanto que em euforia os empregados da Gráfica Daniela, comandados pelo proprietário o amigo Napoleão, conhecido Pião foram até o Posto de Gasolina ver o que estava acontecendo, pois o mau cheiro vinha de lá.

Ufa! Foi mesmo um Deus nos acuda, mas o Mané chegou vivo e limpo ao hospital com a graça de todo os Santos, agora vai ter que fazer um repouso pós-cirurgia.

No outro dia ainda havia alguns urubus passeando nos céus da Rua Antônio de Matos e o osnofa pra não ficar de fora desta história, acordou cedinho, coisa rara na vida deste cidadão, foi até a loja de Material de construção do gente boa, querido e conhecido comerciante de Itaúna Luiz Guimarães, comprou uma pá de cal pra acabar de vez com a fedentina que havia na rua Antônio de Matos.

Afonsinho
Enviado por Afonsinho em 26/01/2013
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