Bom de montaria.

Tarde tranqüila no meu consultório, apesar da recepção cheia, uma típica semana de janeiro ! Tudo correndo bem, pacientes aguardando pacientemente pela sua vez, eis que a minha atendente anuncia a entrada de um paciente para revisão de cirurgia e eu vou recebê-lo à porta como de praxe faço. Era o seu Antonio, acompanhado por um de seus filhos. Seu Antonio, 82 anos , magro, andar vascilante, com certa dificuldade, passos lentos, natural de Ipú , aos pés da nossa serra da Ibiapaba, havia sido operado por mim de catarata há cerca 40 dias e estava vindo para retirada de pontos e verificação da refração. Após retirar os pontos na lâmpada de fenda pedi a ele que se dirigisse à cadeira de exame de refração para testar algumas lentes . Lá se foi o seu Antonio com as suas passadas lentas aproximando-se da cadeira quando de repente, com um pequeno salto montou sobre o assento de costas para mim, como se estivesse sobre um animal (jegue ou cavalo) até que seu filho e eu achando graça explicássemos que ele deveria sentar ao contrário, de frente para nós, pois senão pareceria que ele estaria saindo em algum galope a cavalo para algum lugar . Percebi que não era um bom dia para testar sua refração (lentes para óculos) e pedi que marcasse para retornar em outra data porque ele estava um pouco agitado ...

PS : soube por meio de seu filho que seu Antonio quando moço era exímio montador de cavalos . Estava explicado ...