Portugueses e Portuguesas

As mentes iluminadas dos nossos políticos banalizaram o plural dos termos em que uma só palavra se refere a ambos os sexos e muito esclarecidamente dizem em vez de Portugueses: Portugueses e Portuguesas.

Não se trata de um novo acordo ortográfico, mas sim, duma chamada de atenção ridícula, para o chamado sexo fraco se enaltecer e se considerar em pé de igualdade com o oposto, como se a palavra Portugueses não considerasse por si só, homens, mulheres e crianças em pé de igualdade. Mas não, para suas excelências há que enfatizar, até porque elas são a maioria. Agora, como diria um conhecido político da nossa praça, todos têm direito à sua indignação. Partindo desse pressuposto, sinto-me no direito de protestar deste oportunismo bacouco, onde vale tudo, incluindo a lisonja que ofende qualquer mortal pensante. Contudo a moda pegou, num atentado a tudo o que se aprendeu na primária, com mil sacrifícios quer do professor quer do aluno, como no meu caso, com as reguadas da praxe para distinguir os tempos de cada verbo, não confundir masculino com feminino, o plural com o singular.

Mas que a moda pegou isso ninguém tem dúvidas. Hoje em dia já é comum em gente com responsabilidades, nos diversos sectores da nossa sociedade, esquecerem os princípios da nossa língua, insultando de forma absurda a inteligência de quem se pretende atingir, utilizando para o efeito esta via.

Sorte deles e talvez nossa também que as nossas crianças não votem, porque provavelmente ouviríamos: portugueses e portuguesas, meninos e meninas, tal como no circo, só que aqui, os palhaços somos nós.