Assustou-se com a visão que teve: mulheres tatuadas, seminuas fervilhavam nas calçadas e portas de bares enfileirados como pequenas lojas de galerias. “Paga só dez reais por um beijo. O serviço completo na cama é vinte”. Os sete pecados capitais tremeram. Leonardo mordeu os freios, como se fosse acorrentar Ésquilo.
Talita gritou:
— Pelas sete chagas de Jesus, não pare!
—Pare! — disse Conchita.
Lentamente o carro seguia desviando-se de transeuntes. Os ferros da lataria espremiam-se e estreitavam, esgueirando-se entre as barracas que ocupavam parte da rua. Na calçada da direita, uma prostituta tirou a parte de cima do biquíni e balançou os seis apontados para Leonardo e disse em voz alta: “Vamos fazer amor?...” Distraído, ele atropelou um ébrio que atravessava a rua. Duas samaritanas arrastaram o corpo para a calçada, como quem puxa pela perna um porco morto. Uma delas meneou a cabeça: “Este aqui, amanhã tá fedendo!”
As cenas que Talita via em Vila Mimosa lembravam a descrição que o Padre Davi fazia do inferno. Ela mesma se sentia no inferno e já não tinha certeza se o que via era real ou imagens formadas em sua mente por um surto de medo e terror. Viu um homem com vestes sacerdotais atravessar com uma Bíblia na mão. “Que faz um pastor neste antro de prostituição?”Pensou.
O homem paramentado postou-se na frente do veículo, estendeu a mão como se fosse um guarda de trânsito e disse: PARE!
Leonardo desceu da Brasília e fugiu a pé.
O tempo parou. Talita não sabe por quanto tempo ficou em estado de choque e quando deu acordo de si, outra pessoa ocupava o lugar que fora de Leonardo. Ela olhou o novo motorista e viu uma coroa de espinhos sobre a cabeça dele. Ele sorriu docemente e disse: “Filha, vou te levar para casa.”
Imediatamente, Conchita desistiu do triângulo amoroso que arquitetara, sem a anuência de uma das partes, e soltou sua voz anserina de ex-presidiária: Pô, meu! Tipo assim... vamos deixar essa mariposa em casa.
Talita desmaiou. O Pastor que agora dirigia a brasília amarela disse: “Talita cumi”. E Talita acordou. Estava na porta de sua casa. Era tarde da noite, quase madrugada.
Talita gritou:
— Pelas sete chagas de Jesus, não pare!
—Pare! — disse Conchita.
Lentamente o carro seguia desviando-se de transeuntes. Os ferros da lataria espremiam-se e estreitavam, esgueirando-se entre as barracas que ocupavam parte da rua. Na calçada da direita, uma prostituta tirou a parte de cima do biquíni e balançou os seis apontados para Leonardo e disse em voz alta: “Vamos fazer amor?...” Distraído, ele atropelou um ébrio que atravessava a rua. Duas samaritanas arrastaram o corpo para a calçada, como quem puxa pela perna um porco morto. Uma delas meneou a cabeça: “Este aqui, amanhã tá fedendo!”
As cenas que Talita via em Vila Mimosa lembravam a descrição que o Padre Davi fazia do inferno. Ela mesma se sentia no inferno e já não tinha certeza se o que via era real ou imagens formadas em sua mente por um surto de medo e terror. Viu um homem com vestes sacerdotais atravessar com uma Bíblia na mão. “Que faz um pastor neste antro de prostituição?”Pensou.
O homem paramentado postou-se na frente do veículo, estendeu a mão como se fosse um guarda de trânsito e disse: PARE!
Leonardo desceu da Brasília e fugiu a pé.
O tempo parou. Talita não sabe por quanto tempo ficou em estado de choque e quando deu acordo de si, outra pessoa ocupava o lugar que fora de Leonardo. Ela olhou o novo motorista e viu uma coroa de espinhos sobre a cabeça dele. Ele sorriu docemente e disse: “Filha, vou te levar para casa.”
Imediatamente, Conchita desistiu do triângulo amoroso que arquitetara, sem a anuência de uma das partes, e soltou sua voz anserina de ex-presidiária: Pô, meu! Tipo assim... vamos deixar essa mariposa em casa.
Talita desmaiou. O Pastor que agora dirigia a brasília amarela disse: “Talita cumi”. E Talita acordou. Estava na porta de sua casa. Era tarde da noite, quase madrugada.