O toque do telefone
Coloquei meu roupão de seda cinza – como eu gostava daquele momento – vestir uma roupa gostosa, leve, após um dia estafante no trabalho. Era o ritual que fazia, aproximadamente à 18h30 min. Sempre assim acontecia e mais...abria a geladeira retirava minha latinha de cerveja geladinha e ia para o sofá da sala ou, às vezes, para meu quarto.
Liguei – neste dia a TV para ficar bem descontraída – obviamente, tomando minha cerveja. O telefone tocou.
_Droga _ nunca gostei de ser incomodada nestes momentos de relaxamento.
_ Alô!
_Eduarda, é você?
_ Quem mais seria se moro sozinha?
_ Não precisa se irritar.
_Não estou irritada.
_Percebo isso na sua voz rouca
_O quê? Eu não sou rouca
_Amanhã eu ligo.
O telefone ficou mudo. Que atrevimento. Justo na hora mais ...sei lá.
Amanheceu. Aquela situação de ontem não me deixou dormir. Nem o nome dele eu sabia. O que o bendito queria?
O dia passou muito rápido. Fechei a porta do meu apt. Coloquei meu roupão de um banho abri minha cerveja e liguei a TV. Sempre fazia isso. Ora, eu gostava.
Novamente no mesmo horário de ontem o telefone tocou.
_Alô quem está falando?
_Eduarda?
_Sou eu mesma e, por sinal a mesma de ontem.
_Posso falar agora?
_ Primeiramente quem é você?
_Não reconheceu a voz?
_Sim, e daí?
_Não grite.
_Não estou gritando, mas começarei a gritar UUUUUUUUUUU
_Ah! Assim vou desligar.
_Não desligue. Diga quem é você.
_Sou seu novo vizinho e quero beber essa cerveja com você, posso?
Desliguei o telefone. _ Esse povo de hoje é muito atrevido. Ele está me observando, porque como sabe da cerveja? Fiquei apavorada e me encolhi...
Até hoje... nunca mais ele ligou e eu fico só pensando quem seria ???????????????????