CAPITÃO PEDRO

Zé Balinha, pistoleiro perigoso, não tinha serviço de encomenda que ele não desse conta do recado e praticamente sem deixar rastro.

Em Barbacena, Estado de Minas Gerais, andou tirando de cena algumas pessoas importantes, de notável influência no cenário político, mas a polícia não conseguia por a mão no matador de aluguel, mesmo porque não se tinham provas, apenas suspeitas.

Dessa feita Zé Balinha zarpou para Mato Grosso, instalando-se no Chapadão dos Parecis.

Capitão Pedro, que era capitão captura entrou na investigação, a fim de descobrir o assassino dos Barbosa, pessoas importantes e queridas na região de Barbacena, seguindo no encalço de Zé Balinha, suspeito número um.

Chegando a Mato Grosso, já seguindo a pista do facínora, seguiu trabalhando de vaqueiro de fazenda em fazenda, com sua fala mansa, danado de bom de prosa foi colhendo informações. Assim de informação em informação conseguiu chegar na fazenda onde se encontrava o matador de aluguel. Ali se empregou como vaqueiro.

Assim o capitão disfarçado de vaqueiro, com seu jeito bonachão e proseador, conquistaram a confiança do fazendeiro, do capataz e dos companheiros, inclusive aproximou-se bastante do pistoleiro.

O capitão, homem já de meia idade, estrategicamente contava muitas histórias, dizia ele, que agora vivia calmo sereno até mesmo porque não tinha mais idade para aventuras, mas no tempo que era novo tinha aprontado poucas e boas e nessa prosa descontraída e habilidosa, levava os companheiros a se abrirem, contando suas aventuras.

E assim Zé Balinha confessou todos os seus crimes, contando com detalhes como procedera na execução de suas empreitas, enquanto o disfarçado capitão ouvia tudo com atenção e aparente admiração pela coragem do matador e sem que nenhuns dos companheiros percebessem, ele anotou tudo em um caderninho de anotações.

Depois de colher todas as informações de que precisava, passado alguns dias, bateu uma saudade incontrolável no Pedrão, assim era chamado pelos peões, irias visitar sua mãe e alguns parentes no Paraná, mas disse que em breve voltaria, pois gostou muito de Mato Grosso e também de trabalhar naquela fazenda com seus companheiros que fizera grande amizade. Assim acertou suas contas enquanto o administrador garantiu que quando quisesse voltar, sua vaga estava segura. Pedrão arrumou sua mochila, despediu dos companheiros e zarpou.

Passado alguns dias estava de volta, o Capitão Pedro, um Tenente e um Sargento da Captura, dando voz de prisão ao matador de aluguel que assinou sua confissão, que não teve como negar, pois fora testemunhado pelos demais companheiros de trabalhos. Assim saiu algemado, com destino à prisão, para pagar por todos os seus crimes, enquanto o famosos Capitão Pedro, após deixar o criminoso atrás das grades, tirou umas merecidas férias, com a certeza do dever cumprido.

CEZARIO PARDO
Enviado por CEZARIO PARDO em 13/12/2012
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