O homem sem sombra de dúvidas
José era um sujeito comum, do tipo entediante, que não se destacava por ações positivas, mas também não fazia mal a ninguém. Levava uma vida frugal, não saía muito, não tinha amigos, não tinha parentes, não gostava de internet e muito menos de facebook. Não fumava, não bebia, não gostava de esportes nem de viajar. Não era ateu, mas também não tinha religião. Não tinha uma comida favorita, nem animal de estimação.
O tempo foi passando e um dia, quase como outro qualquer, José acordou e sentiu algo diferente, algo que jamais havia sentido em toda a sua vida miserável. Bateu uma vontade louca de sair, correr, gritar, fazer amigos, namorar, começar um negócio, crescer e viver! Foi para o espelho lavar o rosto amarrotado, mas não conseguiu abrir a torneira. “O que está havendo?”, pensou. Notou então que não podia tocar a torneira, nem a porta, nem lugar algum. Voltou para o quarto e levou o primeiro susto de sua vida. Seu corpo estava estendido na cama, inerte, sem oxigênio, sem vida. Se estivesse vivo, tinha sofrido um infarto.
E você leitor, o que teria escrito na lápide de José?