Bartolomeu

— Médico de louco? — o pai de Bartolomeu não se conformava.

Mesmo assim, o rapaz se graduou com louvor em psiquiatria. Um emprego razoável num hospital, choques elétricos e quartos acolchoados.

Em sua cidade natal, um padre falecido e uma garota endemoninhada.

— O diabo não existe. — Bartolomeu, um descrente.

— Existe sim! — seu pai tinha medo.

Querendo dar uma lição nele, o pai espalhou que Bartolomeu não se encolhia diante de espíritos maus.

Alvoroçada, a população arrastou o médico até a casa da menina. Urros, olhos fugidios e mãos inquietas.

Da maleta, uma injeção. As mulheres estremeceram. Tranqüilizante no braço da encapetada.

Silêncio.

A menina curada.

Festa e rodadas de pinga.

Oferendas diante do lar de São Bartolomeu, o matador de demônios.