SOVINICE

Primeiro de dezembro, anuncia a chegada de uma estação, e embaixo de uma sombra, frondosa do pé de Oiti, lá estava Regina, mulher, formosa como as estrelas no céu, de sorriso encantador, mulher de estatura mediana, com seus cabelos loiros amanteigados, ela olha para o lado e diz ao seu marido.

Amor estou com uma vontade louca de comer uma fatia de melancia, aquelas lá do Zé da Roça, mor veja se consegue uma melancia para que posso saciar a minha vontade.

Reginaldo, homem ranzinza, só você mesmo com seus gostos absurdos, vou é subtrair uma daquelas melancias, pois o Zé num presta. Reginaldo era uma daquelas pessoas que comia na casa do vizinho para não comer o que era seu, andava de carona para não gastar com passagem, ia ao trabalho e fazia horas extras com a desculpa que o transito iria atrapalhar, escondias as bolachas do momento do café nos bolsos e usava as mesma no momento do almoço, pensa em um camarada que era pão duro, agora multiplique por dois, aí esta a definição de Reginaldo, marido de Regina. Ao contrario, já a mulher estava sempre pronta para receber os amigos, conversar e contar causos, ela estava sempre rodeadas de amigos e procurava se interar com as vizinhas sobre as novidades em todas as áreas, e acredite na casa deles não tinham televisão porque gastava energia, então nos dias de jogo de futebol Reginaldo ia aos bares onde transmitia os jogos. E, não se importava com a esposa, se ela queria ver televisão tinha que acompanha-lo aos bares.

Portanto vamos voltar ao que interessa, pois Regina queria mesmo era uma fatia de melancia, e Reginaldo muquirana, só pensa em roubar da roça de um certo Zé. Pois bem, chegou a quarta – feira, e dia de clássico, Palmeiras contra Santos, em plena vila Belmiro, Reginaldo todo assanhado, tascou a camisa do Santos e foi para o Bar do Portuga, sentou se em uma cadeira, logo tratou de atende-lo o garçom:

_O que o senhor deseja?

_Traga-me uma jarra de água e um cinzeiro!

_O Senhor não irá comer nada, pergunta novamente o garçom.

_Não no momento, só a jarra d’água já me é suficiente.

O garçom tratou de atende-lo, sem queixar se por nada, passado instantes depois já servia o Reginaldo.

Reginaldo muito faceiro, com seus quarenta e poucos anos, um homem de barba bem feita, cabelos lisos e esvoaçantes, gostava de cabelos grandes e em contrapartida era daqueles bregas, gostava de musica românticas e viajava nos pensamentos. Bom ao lado estava uma mesa, onde dois sujeitos tramitavam, conversam em tom sereno, mas Reginaldo sabiamente, começou a ouvir tudo, e logo tratou de se achegar.

Companheiros num pude de deixar ouvir, vocês sabem de uma roça, que é de grande faquir, conheço o Zé da Roça, mas não sabia que ele iria montar uma emboscada, só para tocaiar um punhado de melancias.

Valdemar foi logo falando, cabra tu é atrevido, ouvia nossa conversa, mas creio que você nos será de valia, pois temos um plano para fazer com que Zé da Roça, largue esta tocaia e deixe sua roça de melancia para nós. Nisso os olhos de Reginaldo brilhava de felicidade, já foi tratando de dizer, eu topo, eu topo...

Nisso o jogo começou, e Valdemar ofereceu um copo de cerveja, Reginaldo lambeu os beiços e disse obrigado, em dias de jogo eu tenho que ficar sóbrio. Ao terminar a partida, marcaram que no sábado iria roça do Zé.

Chegando em casa, Regina dormia, tranquilamente em seu leito. Reginaldo tratou de tomar um banho, e logo em seguida foi dormir. No outro dia, correu se tudo bem, como de praxe. E, enfim chega sábado, Reginaldo encontra Valdemar e Luiz, e logo discutem um plano.

Valdemar estava com três sacos de estopa, tipo aqueles de enfardar algodão, e disse o plano é este, vamos até a roça do Zé, no caminho tem uma vaca morta a muito tempo, lá tem se os ossos, cada qual pegará um pouco e colocaremos em cada saco uma porção.

E assim foi se feito, chegado na roça, aquela fartura, muitas melancias, e nas beiradas da roça, outro tipo de lavoura, Zé tinha plantado muito quiabo, maxixe e tomate. Avistaram uma arvore formosa, e bem nas galhadas uma tabua, era ali o lugar perfeito para o Zé ficar e tocaiar, então vamos cada um para um lugar. Valdemar tratou de se esconder bem logo atrás da arvore, Reginaldo correu para outro canto, e deitou se bem próximo a uma formosa melancia, e Luiz achou uma brecha em um canteiro, logo se abaixou.

O dia se findava, e logo se avistou, Zé da Roça chegava, trazendo um bornal, mastigava alguma coisa, e a tiracol carregava uma bela espingarda de dois canos, foi logo subindo na arvore, e se assentando. Tudo de longe os três amigos obsvervava. A noite foi se achegando, já passava das vinte horas, um pio se ouve de longe, e um miado de outro.

Bem na esquerda onde estava Luiz, deu se o coro assim:

_No dia em que estávamos vivos.

_Andavam os nossos corpos.

_Agora que estamos mortos.

_Sacolejamos nossos ossos.

Neste ínterim, todos os sacos que os amigos transportavam os ossos, começava a chacoalhar, Zé da Roça muito assustado, gritou: _Peste da gota, o diabo esta neste lugar, valei minha mãe santíssima, que melancias se apodreçam neste lugar, pois tocaiar este lugar, jamais hei de fazer.

Zé da Roça saiu numa carreira que só, deixando a espingarda para trás. Reginaldo, Valdemar e Luiz, trataram de jogar os ossos e encher os sacos de melancia, e diacho um olhava ao outro, nosso plano foi bem feito, Zé da Roça num volta mais.

Cada um se despediu, e para casa cada partiu. Regina ao acordar bem cedo, sobre a mesa estava aquela bela melancia, foi tanta a sua alegria que morreu.

Agora caro amigo, eu pergunto a você, que até agora por aqui leu, que mensagem este pequeno texto lhe deu.

Comente ai nas entre linhas, e em outro momento darei findo neste, meu muito obrigado.

Heronildo Vicente
Enviado por Heronildo Vicente em 01/12/2012
Código do texto: T4015234
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