Sanduíche Indigesto.
Guardei no arquivo de minhas memórias muitas histórias, não só de meus pais, “que Deus os tenham” mas de parentes e amigos. Meu tio Vicente Afonso, já também falecido, tinha de memória um anedotário picante, eram eróticos e às vezes chulos. Havia na época um clichê muito citado em rodas de piadas. Depois de um preâmbulo vinha a pergunta: “qual `moral da história?”. Tio Vicente saia com essa. Um Rei notando à princesa muito triste, ordenou que seus arautos anunciassem aos jovens do Reino que escrevessem cartas românticas que alegrasse o coração da linda princesa. Havia uma cláusula que à carta que mais encantasse à princesa,receberia seu peso em ouro e poderia casar-se caso houvesse o entrosamento amoroso. Zé Pongó era um rapaz feio, cismou de mandar uma carta para à princesa, mas como não sabia ler e nem escrever, pediu ajuda de uma professora, essa escreveu uma carta recheada das mais belas e românticas palavras de amor. A suposta carta do Zé Pongó, foi a escolhida pela princesa. Pongó foi aplaudido por grande números de convidados. O rei pediu então que o autor da belíssima e romântica carta, lesse em voz alta o conteúdo romântico que tanto encantou sua filha. Pongó ponderou que não sabia ler, deixando os convidados boquiabertos, o Rei furioso mandou que cortasse-lhe o “ o bilau” e o fizesse comê-lo num sanduíche na presença dos convidados. Ordem de Rei não se discute, cumpre-se! Assim foi feito.
Tio Vicente Perguntava: -qual à moral da história? Alguns tentavam matar à charada, mas não diziam coisa com coisa, tio Vicente às gargalhadas explicava: “Escreveu, não leu, o pau comeu!...”
Lair Estanislau Alves.